Cerca de 100 mil médicos que atendem no Sistema Único de Saúde (SUS) prometem cruzar os braços nesta terça-feira (25/10) em protesto contra as más condições de trabalho e a baixa remuneração. Os atendimentos de emergência serão mantidos, além de tratamentos inadiáveis, como quimioterapia e hemodiálise.
Em 19 estados, foi confirmada a paralisação em todos os procedimentos eletivos, sejam cirurgias não emergenciais ou consultas ambulatoriais ; todas remarcadas. Em São Paulo e Santa Catarina, a paralisação será pontual. No restante do país, incluindo do Distrito Federal, haverá apenas manifestações.
Para o Conselho Federal de Medicina (CFM), a baixa remuneração impede que os médicos se fixem no SUS. ;O profissional faz concurso para a rede pública só para enriquecer seu currículo;, disse o vice-presidente da Associação Médica Brasileira (AMB) no Centro-Oeste, Lairson Vilar Rabelo. ;Depois, ele agradece e vai embora.
As vezes, não cumpre nem o estágio probatório;, completou o presidente da Comissão Pró-SUS do CFM, Aloísio Tibiriçá. A média do salário base é de R$ 1,9 mil, sendo que, na Bahia, por exemplo, o piso é de R$ 723,81. A entidade pede um mínimo de R$ 9.688.
No DF, trabalho mantido
No Distrito Federal, os cinco mil médicos da Secretaria de Saúde manterão os atendimentos. Como forma de protesto, o Sindicato dos Médicos colocará no ar um site no qual fará denúncias a respeito das condições de trabalho. O principal problema levantado foi a demanda superior à capacidade de atendimento, seja por escassez de profissionais ou por falta de estrutura. ;No Paranoá, por exemplo, temos um hospital novo, moderno, mas subutilizado porque não terminou de ser instalado. Faltam médicos, pessoal administrativo e equipamentos;, detalhou o presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal, Marcos Gutemberg Fialho. Outra reclamação diz respeito à insegurança que os profissionais sentem por falta de condições de trabalho. ;São muitos pacientes para poucos médicos;, reclamou.