Atenas - O ministro grego de Finanças, Evangelos Venizelos, informou nesta quinta-feira (20/10)que a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) diferem na resposta ao endividamento da Grécia, e advertiu que isso pode originar um círculo vicioso "perigoso".
A entrega de um novo lote de empréstimo internacional, vital para o país, "depende para a Europa das decisões do Eurogrupo, enquanto que para o FMI depende da solvência do pais e da capacidade da Europa de garantir o financiamento da Grécia nos próximos 12 meses", o que considerou como um "círculo vicioso", disse Venizelos no Parlamento.
"Vejam como este círculo vicioso é perigoso. É preciso que a dívida seja viável e que o financiamento seja garantido para que se outorgue o financiamento e seja aplicado um plano de viabilidade de longo prazo da dívida pública", agregou.
Venizelos disse ainda que a sorte do país será selada pela Europa sobre a base de um "relatório da troika de credores sobre o nível de conformidade" de Atenas com seus compromissos, enquanto que o FMI "espera apresentar sua própria estimativa sobre a viabilidade da dívida grega".
O relatório da troika, considerado "muito severo" pelo ministro grego, foi entregue na quinta-feira aos países membros da Eurozona e a Grécia está agora à espera de sua publicação oficial.
O Parlamento grego adotou nesta quinta-feira, graças aos votos da maioria socialista, os artigos da nova lei de austeridade. As normas são rejeitadas pela oposição e pelos sindicatos, mas são imprescindíveis para o recebimento do novo lote de ajuda de 8 bilhões de euros.
O primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreou, felicitou a votação em uma carta, lida pelo presidente do Parlamento, e anunciou a exclusão do partido da única deputada socialista, e ex-ministra do Trabalho, Luka Katseli, que votou todos os artigos, menos o 37, que congelava as convenções coletivas por setor.
A pedido da oposição, uma votação nominativa havia sido organizada em torno dos artigos de lei mais controvertidos - além do artigo 37, daqueles que preveem novos cortes salariais e a declaração da demissão técnica de 30.000 funcionários do setor público.
Todos os deputados presentes da oposição, 144 de um total de 146, votaram contra, neste segundo dia de uma greve geral organizada contra essas medidas pelos sindicatos e de massivas manifestações contra a austeridade, durante as quais houve incidentes.
[SAIBAMAIS]Os demais artigos foram adotados por um procedimento simplificado após a votação nominativa, quando a lei havia sido adotada já "em seus princípios" na quarta-feira à noite.
Uma nova votação formal do texto foi adiada para a próxima sessão. O ministério das Finanças havia indicado pouco antes que isso só se tratava de uma formalidade.
A adoção desta lei, exigida pelos credores do país - a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional - é um assunto de "responsabilidade nacional", com o objetivo de fazer com que o país "escape da bancarrota" mediante um novo lote de empréstimos internacionais, disse Papandreou.