O custo de vida em Brasília mantém o ritmo de alta, na contramão do que está ocorrendo no país. O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), calculado pela Fundação Getulio Vargas em sete capitais brasileiras, desacelerou entre a primeira e a segunda semana de outubro, de 0,50% para 0,39%. Mas, em Brasília, o indicador foi de 0,57% no período, a única cidade a apresentar inflação maior. Nos primeiros sete dias de outubro, o custo de vida na sede do poder federal tinha sido de 0,42%.
Os gastos com alimentação, educação e lazer foram os que sofreram os maiores aumentos na média, entre 0,84% e 1,67%. Chama a atenção o custo das passagens aéreas, que sobe sem parar neste mês. Nos primeiro sete dias, a alta foi de 8,3%. Entre 8 e 15 de outubro, o percentual quase dobrou (15,9%). Refeição em restaurante e hospedagem em hotéis também ficaram mais caras na segunda semana deste mês ; 0,73% e 5,2%, respectivamente. Comer carne de primeira também está pesando bem mais no bolso. O quilo do filé-mignon subiu 9,84% no período. Na primeira semana, já tinha havido reajuste de 7,81%. Já a queda dos preços do pão francês (de 2,4%), da batata (10,14%) e da beterraba (9,11%) contribuíram para que a inflação no setor de alimentos fosse menor.
O que também ajudou a segurar o custo de vida na capital foi a menor pressão das despesas com aluguel residencial e comercial, que subiram 0,36% de 8 a 15 de outubro, ante 0,46% nos sete primeiros dias do mês. O vestuário também colaborou, ao ficar mais barato na média, com queda de 0,37%.
Em São Paulo, a inflação foi de 0,41% na segunda semana, ante 0,59% do período anterior. Os preços também estão subindo menos em Porto Alegre (inflação de 0,67% para 0,49%), Belo Horizonte (de 0,37% para 0,34%), Rio de Janeiro (de 0,36% para 0,35%), Salvador (de 0,67% para 0,49%) e Recife (de 0,16% para 0,04%).
Pressão
O dólar mais alto pressionou ainda mais a inflação medida pelo Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) em outubro, mas a diminuição no ritmo de aumento dos alimentos amenizou o impacto. O percentual ficou em 0,64%, ante 0,63% de setembro. O indicador, também calculado pela FGV, mede a variação de preços entre o dia 11 do mês anterior e o dia 10 do seguinte.
;O efeito do câmbio em outubro foi maior que em setembro, quando houve a elevação cambial, mas o IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que responde por um terço do IGP, foi a âncora para frear o efeito da alta do dólar;, avaliou o economista da FGV André Braz.
Cotação do dólar recua 0,62%
O mercado de câmbio viveu ontem um dia de alta oscilação. Com a melhora do humor entre os investidores internacionais, o dólar comercial voltou a cair, devolvendo parte da alta de 2,28% ocorrida na segunda-feira. A moeda fechou com queda de 0,62%, a R$ 1,759 na venda. Ao longo do dia, no entanto, o sobe e desce foi forte, chegando a registrar alta de 0,99% (R$ 1,787) e baixa de 0,82% (R$ 1,755). A valorização de anteontem tinha interrompido uma sequência de oito dias consecutivos de redução. No mês, a moeda norte-americana acumula desvalorização de 6,54%. No ano, a alta está em 5,5%. O vaivém da divisa ante o real foi mais amplo do que o verificado em relação às principais moedas no exterior. Segundo analistas, a queda da cotação ontem refletiu maior fluxo de recursos no mercado, já que o Banco Central interrompeu as compras à vista.