Depois de 21 dias de muitos transtornos causados à população, a greve dos bancários chegou ao fim. Na segunda-feira (17/10), os sindicatos que representam a categoria em todo o país ratificaram o acordo apresentado pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Os funcionários acataram a proposta de reajuste de 9% no salário, que deve ser pago retroativamente a setembro, e a correção de 12% no piso do grupo, que subirá de R$ 1.250 para R$ 1.400.
O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Carlos Cordeiro, comemorou o acordo firmado com a Fenaban. ;Foi uma vitória para reforçar as reivindicações de outras classes de trabalhadores, que vão discutir daqui para a frente seus acordos coletivos anuais;, afirmou. Além dos reajustes, a proposta acolhida por ambas as partes garante aos funcionários até 2,2 salários por ano, a título de Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Ficou acertado também que os grevistas vão repor os dias parados até 15 de dezembro.
E, embora o fim da paralisação acabe com a dor de cabeça dos clientes, não evitou os prejuízos. O empresário Carlos Teixeira, 47 anos, é um dos que teve perdas durante a greve. Ele precisou compensar cerca de 10 cheques com valores altos, mas não conseguiu sacar o dinheiro. ;Foi um verdadeiro caos para mim. As contas da minha empresa estavam atrasadas e não consegui recursos para pagar. Hoje (ontem), comecei a regularizar minhas pendências, mas não terei como fugir das multas;, lamentou.
[SAIBAMAIS]Ana Carolina Bittar, 29 anos, dona de uma loja de roupas, só conseguiu pagar duas contas atrasadas na tarde de ontem, quando algumas agências bancárias do país já tinham retomado o trabalho. O diretor adjunto de serviço da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Walter Tadeu de Faria, esclareceu que, durante a greve, os bancos mantiveram os canais alternativos de atendimento. ;Os usuários tiveram a opção de quitar os valores pela internet e nos caixas eletrônicos disponíveis, além dos estabelecimentos credenciados;, afirmou. O diretor afirmou que somente os boletos que são retirados nas agências bancárias terão as multas excluídas. Para boletos de financiamentos e consórcios que ainda não foram emitidos devido à paralisação dos bancos, não serão cobrados os encargos.
Contribuições
Desde ontem, os bancos públicos e privados começaram a receber as contribuições da Previdência Social no valor de R$ 27,25 ; correspondente a 5% do salário mínimo ; que integram o regime diferenciado de recolhimento para os microempreendedores individuais e segurados facultativos, sem renda própria (dedicado ao trabalho doméstico em residência própria). O pagamento poderá ser realizado em qualquer um dos canais de atendimento bancários, como internet, telefone, caixas eletrônicos e agências.