Jornal Correio Braziliense

Economia

O Duster chega ao mercado naional de SUVs com preços e versões competitivas


Foz do Iguaçu ; Se faltava uma faísca para o mercado de SUVs pegar fogo e acirrar ainda mais a concorrência, ela parece ter chegado. O Duster, lançamento da Renault para a categoria, reúne os principais atributos para brigar de igual para igual com os modelos que já estão no mercado e, inclusive, enfrentar o Ford EcoSport, concorrente que ainda domina a categoria. Claro que, para ultrapassá-lo em número de vendas, será preciso muito trabalho e divulgação, pois a francesa ainda não tem tradição nesse segmento no Brasil. No entanto, ela começou no caminho certo: o preço. O Duster traz seis versões de acabamento, duas opções de motores (1.6 16V e 2.0 16V, todos flex), e tração 4x2 ou 4x4, com valores que vão de R$ 50.900 a R$ 64.600 ; quase R$ 4 mil a menos em relação ao SUV da Ford.

No quesito potência, o Duster equipado com motor 1.6 desenvolve 110cv a 5.750 rpm e torque máximo de 15,1kgfm (a 3.750 rpm), abastecido com gasolina. Para a versão 2.0, o SUV mostra-se ainda mais agressivo. O propulsor ; fabricado em São José dos Pinhais (PR) ; alcança 138cv a 5.500 rpm e um torque máximo de 19,7kgfm a 3.750rpm, também com gasolina.

Robustez e versatilidade também completam o Duster. Com dois tipos de tração, a 4x2 e a 4x4, e altura livre do solo de 21cm, o veículo está pronto para rodar tranquilamente tanto pelas pistas problemáticas do Brasil quanto por terrenos com irregularidades maiores. Na versão Dynamique 4x4, o controle da tração é feito pelo motorista, que conta no painel com os botões 2WD, Auto e Lock. A primeira distribui o torque nas duas rodas frontais, a segunda a força passa pelos eixos dianteiro e traseiro e atua conforme a aderência do piso, e o Lock permite trafegar em condições de terreno mais adversas, com lama e areia.

Mas em um ponto o carro pode não agradar: o design. Apesar de passar uma impressão de veículo robusto e forte, o desenho do Duster parece antigo. Os três filetes cromados da grade frontal têm seu charme, mas o aspecto no conjunto é de algo quadrado demais diante de outros SUVs que apostam em linhas mais agressivas na dianteira. A traseira compensa um pouco esse fato e tem um vidro amplo na tampa do porta-malas e lanternas em um conjunto harmonioso.

Por dentro, o plástico duro passa a impressão de um carro 1.0; o painel é o mesmo do Sandero, que não apresenta a modernidade esperada para um lançamento. E o que mais incomoda é o câmbio automático gigantesco, que quebra a harmonia do interior. No entanto, se o motorista não se importar com esse detalhe, conforto não vai faltar. Ele transporta cinco pessoas (estatura superior a 1,80m) com tranquilidade. O motorista também conta com uma posição elevada para dirigir e com boa visibilidade. Os bancos, apesar da passarem a impressão de duros e desconfortáveis, são macios e não cansam os passageiros em viagens mais longas. Porta- malas também é com ele. São 475 litros (menos na versão 4x4) e 1.640l com os bancos rebatidos. O Duster conta ainda com sistema de áudio completo e tecnologia Bluetooth, e a versão mais completa tem computador de bordo.

O jornalista viajou a convite da Renault


Expectativa de vendas
O presidente da Renault do Brasil, Jean-Michel Jalinier, disse, durante o lançamento do Duster, que esse é o melhor momento da empresa no país. Pela primeira vez em 15 anos, a companhia registrou 6% de participação no mercado brasileiro. A expectativa é aumentar esse número com a chegada do SUV. Mais 1,5 mil carros já estão em pré-venda nas concessionárias e a empresa aposta que serão vendidas 2,5 mil unidades por mês.


Quase tudo novo
A versão brasileira do Duster conta também 774 novos componentes em relação ao modelo vendido na Europa. As principais mudanças foram no sistema de suspensão, que deixa o carro mais macio mesmo em estradas de terra; na acústica, com peças que diminuem o nível de ruído; no design externo e no interno; e no câmbio, que no caso do 1.6 é de cinco marchas, da mesma família do Sandero.