Jornal Correio Braziliense

Economia

Contratações aumentam nos EUA, mas não reduzem a taxa de desemprego

Washington - As cifras de emprego seguem melhorando nos Estados Unidos apesar de uma conjuntura difícil, mas o aumento das contratações continua sendo insuficiente para reduzir o alto índice de desemprego, que golpeia o país há dois anos. A criação de novos empregos se aceleraram em setembro nos Estados Unidos, onde foram gerados 103.000 postos de trabalho, em parte graças ao retorno ao trabalho de 45.000 grevistas, segundo dados difundidos nesta sexta-feira, em Washington, pelo Departamento do Trabalho.

A melhoria é sensivelmente maior do que previam os analistas, apesar das novas contratações continuarem insuficientes para fazer baixar a taxa de desemprego oficial, que continua situado nos 9,1% pelo terceiro mês consecutivo. As cifras do emprego seguem melhorando nos Estados Unidos apesar de una conjuntura difícil, mas o aumento das contratações continua sendo insuficiente para reduzir o alto índice de desemprego, que golpeia o país há dois anos.

O relatório sobre o emprego publicado nesta sexta-feira pelo Departamento de Trabalho indicou que a economia americana gerou 103.000 postos de trabalho em setembro, o que representa um aumento de 81% com relação a agosto. Este resultado é muito melhor que o esperado por analistas, que previam cerca de 60.000 contratações. Contudo, se encontra abaixo das 150.000 novas contratações mensais, o mínimo necessário para reduzir a taxa de desemprego, que persiste desde julho em 9,1%.

Por outro lado, o ministério revisou para cima suas cifras de contratações do mês de agosto, indicando que o saldo desse mês foi de 57.000 empregos, após ter estimado inicialmente que havia sido nulo. A primeira estimativa abalou os temores sobre o estado da maior economia mundial. Contudo, as novas cifras não mudam radicalmente o panorama, pois o governo disse que o ritmo de geração de emprego se desacelerou em mais de 50% desde maio com relação aos sete meses precedentes, a 72.000 contratações mensais.

A análise "poderia contribuir para dissipar os temores de um retorno à recessão", estimou Harm Bandholz, economista do banco Unicredit, para quem "a situação do mercado de trabalho segue sendo muito decepcionante". Segundo várias investigações sobre conjuntura, os empresários se queixam da profunda incerteza sobre a evolução da economia, o que em teoria, freia as contratações. A partir dessa perspectiva, "o relatório sobre emprego é alentador e sugere que o mercado de trabalho resista ante as numerosas ameaças que se perfilam", disse Troy Davig, do Barclays capital, referindo-se entre outras à crise da dívida na Europa.