São Paulo ; Pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgada nesta quarta-feira (5/10), mostra que as vendas de materiais de construção têm crescido acima da média do comércio em geral, mas que esse fator não se reflete em melhores salários para os trabalhadores.
Em 2010, o volume de vendas de materiais de construção no estado de São Paulo aumentou 13,1%, enquanto a média do varejo teve crescimento de 10,6% em relação a 2009. No mesmo período, o crescimento da receita nominal do setor de materiais de construção ficou em 18,1%, contra 14,7% do comércio em geral. De 2005 a 2010, o faturamento dos varejistas de insumos para a construção em todo o país aumentou 42%.
No entanto, a remuneração média para os trabalhadores do ramo na cidade de São Paulo cresceu apenas 13,7%, tendo passado de R$ 1.109,62, em 2005, para R$ 1.261,33, em 2010. ;Com a economia aquecida, o mercado de trabalho tem aberto novos postos, as condições de financiamento são atrativas para o consumidor. Entretanto, o trabalhador continua sem muitas expectativas no que se refere a melhorias das condições de trabalho, sobretudo à remuneração obtida;, avalia o estudo do Dieese.
Outro dado da pesquisa é que o varejo de materiais de construção tem ampliado expressivamente o número de postos de trabalho. Entre 2005 e 2010, o nível de emprego no setor, na capital paulista, aumentou 50% e chegou a 67,9 mil comerciários no ano passado. Porém, a remuneração desses trabalhares é, em média, 28% menor que a do restante do varejo.
Um dos fatores que explica essa situação, segundo o Dieese, é a elevada rotatividade. De acordo com o levantamento, o salário dos 2,6 mil contratados nos primeiros cinco meses de 2011 equivale, na média, a 96% da remuneração paga aos que foram demitidos. As contratações representam 34,3% das 7,8 mil vagas abertas no comércio na cidade de São Paulo no período.