Jornal Correio Braziliense

Economia

Ministro grego das Finanças julga desnecessário tomar 'novas medidas'

Atenas - A Grécia não precisa de "novas medidas" de economia, desde que as "já anunciadas sejam aplicadas", estimou nesta terça-feira (4/10) o ministro grego das Finanças, Evangelos Venizelos.

A Eurozona pediu na segunda-feira à noite novas medidas de economia à Grécia e mais privatizações com o objetivo de preencher as lacunas em seu orçamento de 2013 e 2014, anunciando ao mesmo tempo o adiamento de uma decisão sobre a entrega de um empréstimo crucial para este país.

"Não são necessárias novas medidas, desde que as medidas já anunciadas sejam aplicadas", afirmou Venizelos em uma coletiva de imprensa, após seu regresso de Luxemburgo, onde foi realizada uma reunião do fórum do Eurogrupo.

"As medidas que já foram tomadas foram consideradas impressionantes e já mudaram o ambiente", acrescentou o ministro.

"Pedimos à Grécia que aceite novas medidas suplementares" em termos de economia para 2013 e 2014, "além das que acabam de ser anunciadas para este ano e o próximo", havia declarado em Luxemburgo o chefe dos ministros da Economia da moeda comum, Jean-Claude Juncker, ao fim da reunião do Eurogrupo.

Em Atenas, a troika (UE, BCE e FMI), que está revisando as contas da Grécia, pediu na segunda-feira ao ministro do Trabalho que reexamine os convênios coletivos do setor privado, com o objetivo de diminuir o salário mínimo (750 euros atualmente).

A rede de televisão pública Net indicou na noite de segunda-feira que o primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreou, afirmou se opor a uma redução deste tipo. "Apoiamos os trabalhadores e nos protegemos respeitando os convênios coletivos (...) Não vamos nos transformar na Índia", declarou, segundo a Net.

Na manhã desta terça-feira, cerca de 200 manifestantes do sindicato comunista PAME ocuparam o ministério do Trabalho para protestar contra este novo pedido da troika, que "ameaça os direitos e as conquistas dos trabalhadores", explicou o PAME em um comunicado.