Jornal Correio Braziliense

Economia

Grécia colocará 30.000 funcionários em parada técnica para reduzir déficit

Atenas - A Grécia prevê impor o desemprego técnico para 30.000 funcionários públicos até o final de 2011, numa tentativa de reduzir o déficit público no país. Segundo o porta-voz do governo, Ilias Mossialos, a medida permitirá ao Estado economizar 300 milhões de euros em 2011. Mossialos projeta uma redução para 2015 de 150.000 funcionários públicos na Grécia. Com isso, seria possível reduzir os gastos públicos e atenuar o déficit do país, que se situará em 8,5% do PIB neste ano frente ao 10,5% de 2010, diz o governo.

O projeto pretende criar uma "reserva de mão de obra" com milhares de funcionários de empresas públicas ou de organismos parapúblicos que contam com contratos indefinidos e que receberão 60% da remuneração da base atual. Ao final de um ano, eles poderão submeter-se à provas de avaliação para ser transferidos eventualmente a outros serviços ou despedidos definitivamente.

[SAIBAMAIS]Segundo um primeiro esboço do projeto de lei, essa medida deverá afetar primeiramente os empregados que estão no final de suas carreiras, disse Mossialos. A imprensa grega calcula que há 20.000 empregados já em idade de aposentar-se. Segundo Mossialos, uma "segunda leva" de demissões técnicas acontecerá entre 2012 e 2013, após a fusão ou da supressão de 30% dos organismos públicos.

A nova medida pretende combater a regra de contratar uma pessoa a cada 10 que se aposentem da função pública, prevista no plano plurianual de saneamento da economia 2012-2015, votado em junho. Esta regra poderá ser endurecida "caso seja preciso", disse Mossialos. Neste caso, não se respeitará a regra e não se contratará ninguém mais.

O governo se comprometeu também a elaborar para finais de outubro uma base única de salários no setor público, o que permitirá economizar um volume significativo de dinheiro, uma vez que o pagamento de salários e pensões representou em 2010 mais de 50% dos gastos do país.

A Grécia conta com 750.000 funcionários remunerados com fundos públicos, o que supõe cerca de um quinto da população ativa do país, uma taxa mais elevada que a media europeia.