Os consumidores devem se preparar para enfrentar possíveis dores de cabeça a partir de hoje, caso precisem utilizar os serviços bancários. A categoria confirmou, ontem à noite, a decisão de entrar em greve geral por tempo indeterminado, dando prosseguimento à campanha de reajuste salarial deste ano. A paralisação começou a ser desenhada na sexta-feira, quando a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou uma contraproposta de correção de 8% nos vencimentos.
Como a disposição dos patrões está aquém dos 12,8% pleiteados pelos trabalhadores, o comando de greve, localizado em São Paulo, orientou os sindicatos a deflagrarem a paralisação. No Distrito Federal, mais de 2 mil empregados de instituições financeiras, presentes em assembleia, resolveram cruzar os braços. A decisão deve ser seguida pelo restante da categoria, a exemplo do recém-criado sindicato que representa os funcionários no entorno, com sede em Luziânia.
O gerente-geral do sindicato dos bancários no Distrito Federal, Lindomendes José de Almeida, afirmou que a greve servirá para expor à população os problemas que a categoria enfrenta no exercício da profissão. ;A sociedade tem que saber que os bancários trabalham sobre forte pressão, sendo obrigados a atingir metas desumanas, sofrendo todo tipo de assédio moral, além de lutar contra a precarização da carreira;, defendeu.
Terceirização
Além do reajuste salarial, os funcionários pedem aumento da participação nos lucros e o fim da abertura de correspondentes bancários, processo que a categoria classifica como uma forma de terceirização ;com a finalidade de contratar trabalhadores sem pagar os direitos previstos na convenção coletiva; do setor. A Fenaban considerou a proposta ;fora de propósito; e orientou os clientes a buscarem os canais alternativos de atendimento.
Embora a expectativa de adesão seja de 80%, o sindicato prometeu um esquema de atendimento especial, com pelo menos 30% dos funcionários. Os grevistas devem se reunir amanhã com os trabalhadores dos Correios e do Detran, na sede da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Os três grupos de funcionários estão parados e reivindicam melhores condições salariais.