Birmingham - O vice-primeiro ministro britânico, Nick Clegg, reafirmou nesta quarta-feira (21/9) que o governo cumprirá seu drástico plano de ajuste - tido como o mais rigoroso entre os grandes países europeus - mesmo ao custo de um forte aumento do déficit público.
Clegg admitiu no último dia da conferência do Partido Liberal Democrata em Birmingham (centro da Inglaterra) que a recuperação econômica do país era "frágil", mas disse que o drástico plano de ajuste destinado a eliminar o déficit para 2015 proporcionará as bases para o crescimento após uma longa e profunda recessão.
Antes de seu discurso, no entanto, novos dados oficiais revelaram que o déficit britânico aumentou em 13,8 bilhões de libras (21,5 milhões de dólares, 15,8 milhões de euros) só em agosto, 2,2 bilhões mais que um ano antes, quando os cortes ainda não haviam sido aprovados.
Este aumento suscitou dúvidas sobre a capacidade da coalizão governamental dirigida por David Cameron de reduzir o déficit a 122 bilhões de libras (7,9% do PIB) para o próximo 31 de março.
Em outro duro golpe para o governo, o Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou na terça-feira para baixo suas previsões de crescimento para o Reino Unido, a 1,1% em 2011 e 1,6% em 2012, comparado com 1,7% e 2,3% inicialmente, o que deu mais um argumento para a oposição, que acusa o governo de ter "matado o crescimento" ao impor um plano demasiadamente rigoroso ao país.
Clegg defendeu o plano de ajuste, mas reconheceu que teria que fazer mais para promover o crescimento.
"Agora, provavelmente, nossa maior preocupação é a economia", disse. "Há um longo caminho adiante", concluiu.
O governo estima que 110.000 postos de trabalho foram excluídos da economia no verão no Reino Unido.