O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) considera que está em curso um processo de consolidação fiscal no país. Segundo a ata da última reunião do comitê, divulgada nesta quinta-feira (8/9), o recente aumento do superávit primário, economia feita para o pagamento dos juros da dívida pública, torna ;o balanço de riscos para a inflação mais favorável;. No último dia 31, o comitê reduziu a taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual para 12% ao ano. A decisão surpreendeu o mercado financeiro que esperava no manutenção da taxa.
Segundo a ata, o Copom espera o cumprimento da nova meta de superávit primário, cerca de 3,15% do Produto Interno Bruto (PIB), sem descontos dos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), este ano. Em 2012 e 2013, a ;hipótese de trabalho; do BC é a de que o superávit primário fique em torno de 3,10% do PIB, sem ajustes.
[SAIBAMAIS]Para o Copom, os resultados fiscais previstos contribuem para ;arrefecer o descompasso entre as taxas de crescimento da demanda e da oferta;, o que gera inflação, e ;solidificarão a tendência de redução da razão dívida pública sobre produto [PIB];.
Na ata, o comitê destaca ;que o cenário central também contempla moderação na expansão no mercado de crédito, para a qual contribuem ações macroprudenciais e ações convencionais de política monetária [taxa Selic] recentemente adotadas;. O Copom considera, ainda, ;oportuna; a decisão do governo de moderar os subsídios nas operações de crédito.
Além da redução dos gastos públicos, o comitê destaca que levou em consideração para reduzir a Selic a deterioração do cenário internacional, com a crise econômica externa, e os efeitos das ações de restrição ao crédito no país, implementadas no final do ano passado. Segundo a ata, as decisões futuras sobre a taxa Selic vão levar em consideração esses mesmos aspectos.