Jornal Correio Braziliense

Economia

Obama anuncia hoje novas medidas para tentear derrubar a taxa de desemprego

Washington ; Em um importante discurso que fará hoje no Congresso, o presidente Barack Obama proporá a injeção de US$ 300 bilhões de dólares na economia dos Estados Unidos para criar empregos, informou ontem a imprensa norte-americana. O canal de TV CNN, que citou fontes do Partido Democrata, afirmou que o plano inclui investimentos e gastos em infraestrutura, assim como ajuda a estados e a administrações locais. A Casa Branca não comentou a informação, mas, no início da semana, o próprio Obama confirmou que anunciaria um plano de estímulos.

De acordo com o presidente dos Estados Unidos, as medidas para aquecimento da economia e geração de empregos incluiriam obras como reconstrução de estradas e pontes em todo o país. Ao discursar numa solenidade do Dia do Trabalho, comemorado anteontem nos EUA, ele desafiou a oposição a apresentar propostas para atacar a grave crise vivida pela economia norte-americana.

Oposição
;Na quinta-feira, vamos apresentar um novo modo para fazer a economia crescer e recolocar mais norte-americanos no mercado de trabalho;, afirmou Obama. ;Há trabalho a ser feito e há trabalhadores prontos para isso. Os sindicatos estão a favor, os empresários também. Precisamos que o Congresso esteja a favor;, anunciou ele, na ocasião.

Mas nem mesmo o anúncio a ser feito hoje promete ser uma tarefa fácil. O discurso na Câmara de Representantes, dominada pela oposição republicana, ocorrerá no momento em que diversos indicadores econômicos mostram dados alarmantes e aumentam temores de uma nova recessão. Dados do Departamento do Trabalho mostram que o país não criou nenhum emprego em agosto, interrompendo 10 meses consecutivos de resultados positivos. A taxa de desemprego do país permaneceu em 9,1%.

Obama prometeu pressionar o Congresso ainda para que amplie um incentivo tributário para as empresas que contratam pessoal. Mas o Partido Republicano tem se manifestado contra as propostas já adiantadas pelo presidente, argumentando que elas seriam muito caras neste momento em que o governo tem necessidade de reduzir o deficit público, que ultrapassa US$ 1,4 trilhão por ano.

Parte dos EUA cresce menos
A lenta recuperação econômica dos Estados Unidos não conseguiu ser revertida e até piorou em algumas regiões do país nas últimas semanas, informou o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano). ;A atividade econômica continua a expandir com passos modestos, embora alguns distritos tenham notado atividades mistas ou enfraquecidas;, informou, ontem, o BC do país, por meio do Livro Bege, uma espécie de ata sobre as condições econômicas nos EUA. O crescimento estava modesto ou fraco em cinco distritos analisados, enquanto os sete restantes tinham a atividade definida como ;muito branda; ou ;mais lenta;. Os gastos dos consumidores cresceram na maioria das regiões, mas os desembolsos na aquisição de bens, exceto carros, permaneceram estáveis ou recuaram no fim de agosto.