Jornal Correio Braziliense

Economia

Montadoras paralisam fábricas no país e concedem férias coletivas

Estoques elevados e o mercado interno em desaceleração levaram as montadoras a pisar no freio da produção. A Volkswagen foi a última a anunciar, esta semana, uma parada na linha de montagem. Suspendeu as atividades da fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná ; a empresa aproveitou feriados locais e o 7 de Setembro para interromper a produção de 810 unidades diárias dos modelos Golf, Fox e CrossFox, de acordo com informações do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba.

Na Fiat, parte dos trabalhadores da fábrica em Betim (MG) também só voltam ao trabalho depois do feriado da Independência, após um ;ajuste de mix; dos produtos em estoque. A Ford concedeu férias coletivas de 10 dias a 1.300 dos 1.600 funcionários da fábrica de motores e transmissão de Taubaté (SP). Já na General Motors, 300 funcionários voltaram de 15 dias de férias na fábrica de São José dos Campos. A unidade, que emprega 8 mil funcionários e produz os modelos Corsa, Meriva, Zafira, Montana, Blazer e S-10, deixou de produzir 1.500 veículos.

Incentivos
As montadoras não informaram o volume de carros em seus pátios. Mas, na sexta-feira, a Fenabrave, associação de concessionários brasileiros, divulgou uma queda de 0,44% nas vendas de automóveis em agosto em relação ao mesmo período de 2010. Na ocasião, o presidente da entidade, Sergio Reze, comentou que as distribuidoras fecharam agosto com estoques para mais de 40 dias, quando o ideal seriam 21. ;Não está havendo equilíbrio entre oferta e procura;, afirmou.

Há um entendimento de que, a partir de 35 dias, o prazo dos estoques representa um pesado custo financeiro às montadoras. A maior parte das unidades armazenadas está nas concessionárias, nas quais o estoque está em 24 dias, o dobro da indústria. Nem o anúncio de incentivos fiscais à indústria automotiva parece ser solução. O objetivo do novo regime tributário, que ainda falta ser regulamentado para vigorar até julho de 2016, é estimular a competitividade e conter importações de veículos e autopeças. Mas especialistas alertam que seus efeitos só serão vistos a longo prazo e de forma limitada. ;O primeiro sinal deverá vir no segmento de reposição de autopeças;, afirmou Luiz Carlos Augusto, superintendente da Consultoria Jato Dynamics, que atua no setor automotivo.

Recall da Honda
A Honda anunciou mais um recall mundial. Proprietários de quase 1 milhão de veículos no Japão, na China, nos EUA, na Europa e em países da Ásia e da África terão que levar seus modelos para o conserto de um dispositivo do vidro elétrico, devido ao mau funcionamento do equipamento. No total, 962 mil veículos dos modelos Fit, City e CR-V precisam do reparo. A empresa ainda não sabe se há unidades com defeito no Brasil.