Jornal Correio Braziliense

Economia

Produção industrial tem dinamismo menor, mesmo com crescimento em julho

Rio de Janeiro - Embora tenha voltado a crescer em julho, registrando expansão de 0,5% em relação ao mês anterior, a produção da indústria brasileira demonstra menor dinamismo. De acordo com o economista do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) André Macedo, o patamar da produção está 2% abaixo do nível recorde do setor, registrado em março desde ano.

;Julho foi um mês de aumento da produção, mas esse crescimento não foi suficiente para reverter a queda observada um mês antes [-1,2%]. Esse resultado aponta um menor dinamismo na indústria, indica que o setor opera com menor intensidade.;

De acordo com Macedo, esse cenário é reforçado pelas comparações com os dados de 2010. Em relação a julho do ano passado, houve queda de 0,3%. No período de janeiro a julho deste ano, a atividade acumula alta de 1,4%, menos intensa do que o resultado acumulado até junho, que foi 1,7%. O mesmo movimento foi observado em relação ao acumulado no período dos últimos 12 meses, que ficou em 2,9%. Esse é o resultado positivo menos intenso desde abril de 2010, quando a taxa ficou em 2,3%.

O economista do IBGE destacou que em julho, entre os segmentos, a única pressão negativa partiu dos bens intermediários, cuja produção caiu 0,7% em relação a junho. Houve recuo em metalurgia básica, extrativa, outros produtos de refino, borracha e plástico, e celulose.

;Isso pode estar relacionado à maior presença de produtos importados no cenário nacional, além do registro de paralisações para manutenção em setores importantes do segmento, como os de outros produtos químicos, de celulose e de parte de refino de petróleo;, acrescentou.

Ainda na comparação com o mês anterior, o documento do IBGE aponta que houve aumento em 14 dos 27 ramos pesquisados, com destaque para o setor de edição e impressão (16,8%), que foi impulsionado pelo aumento na demanda de produção de livros, principalmente, por encomendas do governo. Por outro lado, a principal pressão negativa partiu da indústria farmacêutica (-9%).

Já na comparação com julho de 2010, 15 das 27 atividades pesquisadas registraram queda, principalmente as indústrias têxtil (-20,9%), farmacêutica (-12,9%), refino de petróleo e produção de álcool (-5,6%), metalurgia básica (-6,5%), outros produtos químicos (-4,2%), vestuário (-13,9%) e alimentos (-1,%).

André Macedo ressaltou que esse resultado pode ser explicado, em parte, porque julho teve um dia útil a menos em 2011 do que em 2010.