Rio de Janeiro - As empresas brasileiras consideradas de alto crescimento contrataram 2,9 milhões de pessoas entre 2005 e 2008. Esse volume de empregos representa mais da metade (57,4%) dos 4,9 milhões de postos formais criados no período no país. Os dados fazem parte do estudo Estatísticas do Empreendedorismo 2008, divulgado hoje (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo critérios da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE), empresas de alto crescimento são aquelas que, durante um triênio, têm crescimento médio do pessoal ocupado acima de 20% ao ano e, pelo menos, dez pessoas assalariadas no ano inicial de observação.
O técnico do IBGE Cristiano Santos, responsável pelo estudo, destacou, no entanto, que a média de crescimento em termos de pessoal ocupado em empresas desse ramo no Brasil foi muito mais elevado. ;Pelo critério da OCDE, o crescimento mínimo seria de 72,8% em três anos, mas, nesse período, ele atingiu 172,4%, o que significa que essas empresas mais que triplicaram a força de trabalho em seus negócios em três anos.;
O coordenador da pesquisa disse não encontrar fatores que expliquem esse crescimento num ritmo ;acelerado;. ;Como estamos observando pela primeira vez esse movimento ao longo de um período, não vemos ainda razões específicas para ele. A economia aquecida pode ter contribuído, mas não é possível relacioná-la diretamente a esse desempenho;, avaliou.
Ele ressaltou que esse crescimento foi generalizado, pois todos os setores tiveram aumentos superiores a 100% no pessoal ocupado. Entre os destaques, com criação de mais postos de trabalho, aparecem as indústrias de transformação (721,2 mil); atividades administrativas e serviços complementares (497,7 mil) e a área de construção (461,8 mil).
O estudo revela ainda que o salário médio pago por essas empresas, em 2008, era R$ 15.540, pouco mais baixo do que a média geral das empresas no Brasil. De acordo com o IBGE, isso pode ser explicado pelo porte desses empreendimentos. ;Empresas menores pagam salários mais baixos e, no caso das empresas de alto crescimento, a maioria se encontra em faixas de pessoal ocupado assalariado de dez a 249 pessoas;, diz o levantamento.
Em 2008, havia 371,6 mil empresas de alto crescimento no país, aproximadamente 8,3% do total.