Médicos do Amapá ameaçam suspender os plantões a partir de setembro. A categoria reivindica que o governo estadual regulamente as escalas de plantão e conceda reajuste salarial. De acordo com o Conselho Regional de Medicina do Amapá, os profissionais não têm contrato para fazer os plantões, que têm sido usados como complemento salarial dos médicos.
O governador Camilo Capiberibe e secretários apresentaram ontem (29) à categoria proposta de aumento médio de 40% do valor pago pelo plantão, que passaria de R$ 600 para R$ 800 de segunda-feiras a sexta-feiras. No fim de semana e feriado, o valor foi estipulado em R$ 900. O governo estadual prevê um impacto de R$ 1,5 milhão ao mês na folha de pagamento.
Os médicos vão avaliar a proposta em assembleia hoje (30), marcada para às 19h.
Sobre o reajuste salarial, o governo disse que vai debater em abril do próximo ano, quando ocorre a discussão da data-base nacional. De acordo com o conselho, os médicos no estado recebem em média R$ 3.056, abaixo do recomendado pela Federação Nacional dos Médicos, que é de R$ 9.188.
Em julho, o Ministério Público estadual, entidades representativas dos médicos e a secretaria estadual de saúde assinaram um acordo para regulamentar as escalas de plantão.
Dos 639 médicos inscritos ao Conselho Regional de Medicina (CRM), 500 trabalham na rede pública estadual e quase metade deles faz plantão, segundo dados divulgados pelo conselho.