Jornal Correio Braziliense

Economia

Cheques: número de calotes na modalidade aumentou 0,49%

Com o aumento da inflação e o encarecimento das operações de crédito no varejo, muitos brasileiros têm utilizado o cheque para parcelar as compras. Entretanto, o número de calotes na modalidade aumentou 0,49%. Em julho, foram devolvidos 1,609 milhão de documentos, o equivalente a 1,99% dos compensados no país, de acordo com o Indicador de Cheques Sem Fundos. No mesmo período de 2010, o volume de unidades restituídas havia sido de 1,602 milhão (1,74% do total). Já no acumulado do ano, o índice fica em 1,94%, segundo os dados divulgados ontem pela empresa de consultoria de crédito Serasa Experian.

;Os consumidores foram às compras em datas comemorativas, como os dias das Mães e dos Namorados, e muitos usaram o cheque, sem se preocupar com o mês seguinte. Isso explica o avanço na inadimplência;, afirmou o economista Carlos Henrique de Almeida, da Serasa. São considerados sem fundo os documentos devolvidos após a segunda tentativa de compensação. Na análise local, Roraima lidera com folga o ranking de devoluções, com 11,95%, seguido por Maranhão (9,07%) e Acre (7,79%). Os menores índices foram registrados em São Paulo (1,47%), no Rio de Janeiro (1,61%) e no Paraná (1,64%). No Distrito Federal, as devoluções ficaram em 2,85%.

Os lojistas querem apertar o recebmento dos pré-datados. ;Percebemos que muitos varejistas estão voltando a aceitar o pré-datado, mas eles precisam estar atentos às informações cadastrais dos clientes. Pedir apenas o RG e o CPF pode ser arriscado. O comércio precisa saber como receber o cheque;, alertou Almeida. Atualmente, essa forma de pagamento representa 15% de todas as transações realizadas no varejo brasileiro. No ano passado, foram emitidos 1,2 bilhão de documentos.

Sem alarde
Com o avanço do pagamento eletrônico, o cheque tem perdido espaço na preferência do consumidor e do lojista. De acordo com a Serasa, foram compensados 80,8 milhões de documentos no mês passado, ante 92 milhões em igual período no ano anterior, numa queda de 12,1%. ;Comparando com outras formas de pagamento, a inadimplência na casa de 2% ainda é baixa e não causa nenhum alarde;, disse Almeida.

A expectativa da instituição é que as devoluções se mantenham nesse nível até dezembro. ;Não devemos ter grandes mudanças. O pior momento para os varejistas que aceitam cheques foi durante o mês de março, quando a inadimplência chegou a 2,13%;, lembrou.