O Tesouro Nacional tem recursos suficientes para enfrentar a crise econômica por seis meses. Até o final do ano, a parcela da dívida a vencer em títulos do governo federal no mercado interno chega a aproximadamente R$ 72 bilhões, disse o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, sem, contudo, informar o valor do chamado "colchão de liquidez". De acordo com ele, os vencimentos da dívida externa são inexpressivos. Nesta segunda-feira (22/8) o Tesouro Nacional anunciou que a Dívida Pública Federal (DPF) caiu quase 4% em julho ante junho.
Segundo Garrido, os investidores estrangeiros mantêm a confiança no Brasil e os problemas existentes estão mais vinculados à insegurança sobre as economias dos Estados Unidos e dos países da Europa. ;O que a gente tem observado é que, apesar dessa volatilidade toda nos mercados internacionais, a confiança dos investidores no país continua sólida, firme. A volatilidade é completamente derivada do mercado internacional. Os fundamentos do Brasil continuam sólidos;, ressaltou.
O coordenador-geral informou que tem havido uma determinada dispersão (distanciamento do padrão) nas taxas propostas pelos investidores que se interessam pelos títulos da dívida brasileira. Mas, segundo ele, quando há aumento, há recuo logo depois. ;A dispersão de taxas que ocorre nos leilões não tem ocorrido no mercado secundário. Às vezes, aumenta e recua depois. São movimentos normais de mercado [diante das incertezas].;
De acordo com Garrido, neste mês de agosto (cujo resultado só será divulgado em setembro), o Tesouro tem observado muita volatilidade, com quedas expressivas no mercado financeiro. Ele ressaltou que, quando a volatilidade coincide com os leilões de títulos federais, o Tesouro tem procurado evitar o pagamento de prêmios maiores para os investidores, de maneira a não causar prejuízos para o Erário.