; Julio Cabral
O segmento dos crossovers médios não para de receber adeptos. Modelos que muitas vezes disparam em vendas e ultrapassam a média de mais de mil unidades/mês. Tipo de sucesso comercial que aguçou o apetite da Jeep. A marca americana revelou no Salão de Detroit, em janeiro, o Compass reestilizado. Na ocasião, a empresa antecipou que traria o crossover ao Brasil. Segundo Emílio Paganoni, gerente de produtos da Chrysler, o Compass chega no último trimestre, primeiramente na versão 2.0 (4x2). A escolha se dá pela necessidade de enquadrar o carro em uma faixa mais barata de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O Compass foi lançado originalmente em 2006 como o menor utilitário da gama, e chega ao Brasil com o novo visual inspirado no irmão maior Grand Cherokee.
A reestilização inclui capô, para-choque, faróis e a grade de sete entradas cromadas. A parte traseira recebeu alterações no spoiler, na tampa e nas lanternas, em leds. Ficaram como herança as linhas angulosas, marcadas pelos para-lamas ressaltados e pela coluna traseira em formato triangular. Para marcar a opção pelo asfalto, as rodas são aro 17. O look urbano é repetido no interior, que deixou para trás as formas retilíneas e adotou saídas de ar circulares, volante de três raios multifuncional e GPS com tela LCD.
As medidas prometem não ser empecilho na cidade. O Compass mede 4,40 metros, 1,76m de largura, 1,65m de altura e 2,63m de distância entre-eixos. O crossover pode ser parecido com o Cherokee, mas aqueles que esperarem um V6 sob o capô ressaltado vão se decepcionar. O motor que será adotado por aqui é o 2.0 16V de 160cv e 19,4kgfm de torque, acoplado ao câmbio do tipo CVT, de variação contínua ; lá fora há opção de caixa manual de cinco velocidades.
Na contramão da tradição, não há tração integral nessa configuração, disponível apenas com o 2.4 16V de 174cv e 22,1kgfm de torque, que já foi usado pelo Mitsubishi Outlander e Fiat Freemont. A tração é sob demanda, que repassa a força às rodas traseiras quando as dianteiras perdem aderência. Quem quiser se aventurar pode apelar para o bloqueio do diferencial para firmar a tração nas quatro rodas. ;Só que essa versão ainda não foi definida para cá;, confirma Emílio Paganoni.
A preocupação com o desconto no IPI tem suas razões. Produzido em Belvidere, Illinois, o crossover vai ter que pagar imposto de importação de 35%, como os sul-coreanos e os japoneses, porém, não deve ficar tanto em desvantagem em relação aos mexicanos, isentos do imposto, circulando na faixa de R$ 100 mil.
Concorrentes
Ele é mais em conta que o Cherokee, o utilitário mais barato da Jeep por aqui, que sai por R$ 110 mil. Na prática, o Compass concorrerá com Chevrolet Captiva, Fiat Freemont, Honda CR-V, Hyundai ix35, Kia Sportage, Mitsubishi ASX e Toyota RAV4, entre outros, sem falar no Peugeot 3008. Longe de alimentar picuinhas, Compass e o primo Freemont planejam até união estável: em uma nova geração a ser lançada em 2013, serão baseados no mesmo modelo. Está tudo em casa.
O interior foi aperfeiçoado e refinado ; conta com novos tecidos nas portas e nos bancos, materiais de melhor qualidade no painel e descansa-braço. O motorista agora também tem controles integrados ao volante para o sistema de som, o piloto automático e para atender a chamadas do celular. O Jeep Compass conta com mais de 30 sistemas de segurança a bordo, incluindo airbags de cortina e frontais, ESP, ABS e controle de subida (apenas com transmissão manual).
Ficha
; Motor: 2.0 16 válvulas VVT com 159cv a 6,4 mil rpm
; Torque: 19,4kgfm a 5 mil rpm
; Peso total: 1.398kg
; Capacidade do tanque: 51,5l
; Capacidade do porta-malas: 643l e 1.519l
; Capacidade carga: 908kg
; Dimensões: 4,40m de comprimento, 1,76m de largura, 1,65m de altura e 2,63m de entre-eixos