Rio de Janeiro - Funcionários da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) iniciaram nesta quarta-feira (17/8) uma paralisação de 48 horas para reivindicar recomposição salarial em função de perdas com a inflação nos últimos anos. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz, Paulo César de Castro, o último reajuste foi concedido em julho de 2009, o que gerou uma perda acumulada de 14%. ;Os salários estão muito defasados e esperamos que haja avanços nas negociações com o governo;, disse.
Ele informou que a categoria rejeitou uma proposta enviada pelo Ministério do Planejamento, na semana passada, prevendo reestruturação das carreiras, com incorporação de gratificações.
;Do jeito que recebemos, quase não haverá impacto sobre os salários reais. Para os profissionais de nível intermediário a recomposição é quase 5% e para os de nível superior não chega nem a isso;, acrescentou.
Embora a paralisação, segundo estimativa do sindicato, conte com adesão de 70% dos cerca de 4,5 mil funcionários ativos, os serviços essenciais, como atendimentos em hospitais e postos de saúde ligados à instituição e a produção de linhas de vacina que já estavam em andamento, não foram atingidos.
Castro informou que uma nova assembleia está marcada para a próxima segunda-feira (22/8), quando a categoria vai avaliar a necessidade de repetir a paralisação.
A Fiocruz, vinculada ao Ministério da Saúde, conta com 15 unidades em seis estados e é responsável pelo desenvolvimento de pesquisas, pela prestação de serviços hospitalares e ambulatoriais; pelo ensino e pela formação de recursos humanos; e pela fabricação de medicamentos, reagentes e kits de diagnóstico e de vacinas que abastecem o Sistema Único de Saúde (SUS), como as contra a poliomielite, meningites meningocócicas e febre amarela e a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola). Em 2010, foram entregues 79,6 milhões de doses de vacinas ao Ministério da Saúde.