Jornal Correio Braziliense

Economia

Empresário do Lago Sul prestará depoimento sobre denúncias de fraude

Um empresário do Lago Sul prestará depoimento sobre denúncias apontadas pela Operação Alquimia, desencadeada nesta manhã de quarta-feira (17/8). Ele deve ser liberado logo após ser ouvido. Durante a ação, realizada em 17 estados e mais o DF, a Polícia Federal também cumpriu mandado de busca e apreensão em uma casa de Brasília. Foram os únicos mandados executados na capital. Ainda não há informações sobre o suposto envolvimento do empresário nas fraudes investigadas.

A Bahia é o estado com maior número de mandados, cerca de 23, segundo informações preliminares da PF.

A Operação Alquimia é realizada em conjunto com o Ministério Público Federal e a Receita Federal. O objetivo é apurar fraudes fiscais de 300 empresas nacionais e estrangeiras, além de falsidade ideológica, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. A PF calculada um rombo de aproximadamente R$ 1 bilhão aos cofres públicos.

[SAIBAMAIS]Para a ação, foram expedidos 31 mandados de prisão temporária, 129 de busca e apreensão, 63 de condução coercitiva (quando o suspeito presta depoimento e, em seguida, é liberado), 62 de sequestro de bens de pessoas físicas e 195 de sequestro de bens de pessoas jurídicas ; incluindo ilhas, já que a maior parte das empresas estrangeiras são nas Ilhas Virgens britânicas.

Os estados onde ocorre a operação são: Minas Gerais, Bahia, Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina e Sergipe. De acordo com a PF, ações apenas de sequestro de bens acontecem também nos estados de Amazonas, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará e Piauí, além do Distrito Federal.

A Justiça Federal também decretou o sequestro de bens, incluindo veículos, embarcações, aeronaves e equipamentos industriais e o bloqueio de recursos financeiros dos suspeitos. Participam da operação cerca de 90 auditores fiscais da Receita Federal e cerca de 500 policiais federais. Os estados em destaque na operação são Bahia, São Paulo e Minas Gerais. Uma coletiva será realizada às 10h30 na sede da PF no estado mineiro.

"Laranjas" são alvo
As investigações tiveram início quando a Receita Federal detectou indícios de crimes contra a ordem tributária em uma das empresas investigadas. Havia também a suspeita de existência de fraudes na constituição de empresas utilizadas como ;laranjas;, empresas sediadas em paraísos fiscais, factorings (atividade de fomento mercantil) e até fundos de investimento utilizados na suposta fraude. O esquema seria utilizado para forjar operações comerciais e financeiras e não recolher os tributos devidos ao Fisco.