Bruxelas - O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, pediu em uma carta enviada aos líderes europeus uma "reavaliação rápida" das capacidades do fundo de resgate da zona euro e admitiu que a crise da dívida vai além dos Estados periféricos.
"Peço uma rápida reavaliação de todos os elementos relacionados com o fundo de resgate da Eurozona para garantir que estamos equipados com os meios necessários para enfrentar o risco de contágio", afirma Barroso na carta.
"Está claro que não estamos mais diante de uma crisis (que afeta) unicamente na periferia da zona euro", completa Barroso, que admite a "falta de êxito" dos governantes europeus no momento de responder os problemas da dívida dos países membros da união monetária.
Em mais uma reunião de urgência desde a explosão da crise em meados de 2010, os líderes da Eurozona concordaram em 21 de julho em Bruxelas em aumentar a ajuda à Gréecia e aperfeiçoar o fundo de resgate criado para apoiar os países em dificuldades.
Mas Barroso reconheceu que os acordos "não provocaram os efeitos esperados" nos mercados, que esta semana aumentaram a pressão sobre os títulos soberanos de Itália e Espanha, os dois países considerados mais ameaçados pela crise após os resgates de Grécia, Portugal e Irlanda.
O presidente da Comissão Europeia considerou que os temores dos mercados são motivados pelas "incertezas globais econômicas", os problemas da dívida nos Estados Unidos e "sobretudo a comunicação indisciplinada e a complexidade dos acordos de 21 de julho, ainda incompletos".