Jornal Correio Braziliense

Economia

Celta 2012 mantém as principais características dos veículos Chevrolet

Bruno Silva - Especial para o Correio

Desde 2000, o Celta cumpre bem o papel de opção de entrada na linha da Chevrolet. Simples, econômico e potente para a categoria, não à toa é o carro da montadora com mais emplacamentos até junho deste ano, no ranking da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

Como sua fórmula tem dado certo há 11 anos, era de se esperar que o modelo 2012 do compacto não sofreria grandes alterações, tanto por dentro quanto por fora. A versão atual do Celta atualiza a aparência do modelo e mantém o que tem feito seus consumidores satisfeitos ao longo de tantos anos.

Essa intenção de preservar a identidade do carro faz parecer que ele nem mudou tanto nesta nova versão. A única alteração marcante está no para-choque, que segue o padrão de linhas encontrado no Agile e, aos olhos dos mais atentos, o acabamento mais escuro dos faróis traseiros. A impressão geral é de que o carro ganhou tons mais sóbrios, principalmente por causa do acabamento mais escuro na parte de dentro, mas ainda assim é difícil diferenciá-lo de um modelo do ano passado.

No interior, chamam a atenção o novo design do volante, com três raios, a cor escura da cabine realçada com contornos cromados e painel iluminado por um neon cor ;Ice Blue; ; denominação da própria Chevrolet. A cabine continua simples, com peças de plástico espalhadas por todos os cantos, mas tem bom acabamento, apesar do material. Seguindo a tendência ditada pelo Novo Uno, o Celta deste ano está repleto de porta-trecos estrategicamente localizados, à exceção do porta-copos, ainda inutilmente colocado na tampa do porta-luvas.

Para quem está dirigindo, o carro é espaçoso e acomoda com folga as pernas ; mas tem uma distância ruim da cabeça ao teto, que pode causar problemas se o motorista for muito alto. Um dos poucos desconfortos está na forma do volante, que é difícil de segurar e deixa pouco espaço para acionar as setas. Já na parte de trás, o espaço para um adulto também é suficiente.

Arranque
O motor continua sendo o ponto forte do Celta. Seu arranque é satisfatório, apesar de exigir que o motorista passe as marchas frequentemente durante a aceleração, por causa da relação curta nas primeiras marchas comum em carros 1.0. Apesar de não ser o forte deste tipo de modelo, ele também tem bom desempenho em alta velocidade, mais por ser leve do que potente. Seu motor tem 77cv (gasolina) ou 78cv (álcool), algo na média entre os outros carros dessa linha, mas garante uma boa relação peso-potência, de 11,16kg/cv.

Vale destacar também a fluidez na troca dos câmbios e na direção. Tanto em alta velocidade quanto no estacionamento, o carro passa uma sensação de leveza na hora de manusear. Claro, boa parte disso vem da direção hidráulica, um acessório que está apenas em versões mais completas do carro, que podem chegar a custar cerca de R$ 32,7 mil.

Na questão dos acessórios, nenhuma configuração tem airbag ou sistema antitravamento ABS, itens que deverão ser obrigatórios em todos os carros rodando no país até 2014.

Portanto, pesa também a decisão de comprar um carro que invariavelmente se desvalorizará em dois anos ; vale lembrar que a GM já anunciou investimentos na produção nacional e uma possível renovação de sua frota no país, o que pode indicar a despedida do Celta até lá.

Com essas mudanças à vista, a Chevrolet simplesmente manteve o que torna o Celta uma opção confiável entre os modelos de entrada, como seu motor esperto para um 1.0 e a simplicidade no acabamento ; o que acarreta menos conforto, algo que pode ser encontrado em carros de categoria maior por um preço similar à versão mais completa do compacto.

A falta de novidades pesa, mas continuam as características que fizeram este carro permanecer no primeiro lugar da montadora por tanto tempo.