São Paulo - No ano passado, o Brasil passou a ocupar a quinta posição entre os países que mais recebem investimentos estrangeiros diretos (IED), saltando dez posições na lista. O dado consta do relatório World Investiment Report 2011, da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), divulgado hoje (26) pela Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet).
Em 2009, o Brasil ocupava a 15; posição entre as nações que mais recebiam investimentos estrangeiros, com a atração de US$ 25,9 bilhões. No ano passado, o Brasil recebeu US$ 48,4 bilhões em IED, superado apenas pelos Estados Unidos (US$ 228,2 bilhões), pela China (US$ 105,7 bilhões), por Hong Kong (US$ 68,9 bilhões) e pela Bélgica (US$ 61,7 bilhões).
A expectativa é que, até 2013, o Brasil suba mais uma posição. Um levantamento feito pela Unctad entre as empresas multinacionais apontou o Brasil como um dos países mais citados para investimentos, atrás de China, Estados Unidos e Índia.
O relatório da Unctad mostra ainda que os fluxos globais de investimento direto em todo o mundo cresceram 5% no ano passado em relação a 2009, atingindo US$ 1,24 trilhão. Segundo a Unctad, foi a primeira alta em três anos, embora os investimentos continuem 15% menores ao período anterior à crise financeira mundial.
Pela primeira vez na história, os fluxos de investimentos diretos estrangeiros para as economias em desenvolvimento superaram os fluxos de investimentos para as economias desenvolvidas. Do total de US$ 1,24 trilhão, mais da metade (51,3%) foi destinado às economias em desenvolvimento, principalmente a China, que cresceu 11% entre 2009 e 2010. A participação da América Latina também aumentou: de 10,5% em 2009 para 12,8% no ano passado. Já a participação da Europa caiu de 34% em 2009 para 23,7% no ano passado.
De acordo com o relatório, as saídas de investimento das economias em desenvolvimento cresceram 21% em 2010 e responderam por 29% do total de fluxos globais de investimentos estrangeiros. No ano passado, o Brasil foi responsável por 0,9% desse total. Para a Unctad, se for mantida a atual velocidade de desconcentração dos fluxos por origem, em 2017 os países em desenvolvimento deverão ultrapassar as economias desenvolvidas.
A Unctad acredita que, este ano, o IED deve ficar entre US$ 1,4 e US$ 1,6 trilhão, praticament o nível pré-crise mundial. O pico da série de fluxos, US$ 1,9 trilhão, atingido em 2009, só deverá ser alcançado em 2013.