O Comitê de Política Monetária (Copom) inicia nesta terça-feira (19/7) a quinta reunião no ano para avaliar os principais indicadores macroeconômicos, no Brasil e no exterior, e definir sobre a necessidade de mais um ajuste na taxa básica de juros (Selic) para reforçar o combate às pressões inflacionárias.
A reunião do colegiado de diretores do Banco Central (BC) é realizada em duas etapas: nesta terça e quarta-feira (20/7), sempre no final da tarde. Uma possível alteração da Selic atual, de 12,25% ao ano, só será conhecida, portanto, na noite desta quarta-feira. Os analistas financeiros apostam em aumento para 12,50% ao ano, ao contrário de empresários e trabalhadores que reivindicam redução da taxa.
Pesquisa do BC, feita na última sexta-feira (15/7), com uma centena de analistas do mercado financeiro, aponta para mais uma elevação da taxa, a exemplo do que aconteceu em todas as reuniões do Copom neste ano. Economistas de outras áreas ressaltam, no entanto, que o combate à inflação com mais juros não tem sido tecnicamente eficaz, além de onerar os investimentos empresariais e reduz a oferta de empregos.
Esse é o entendimento do consultor econômico Antoninho Marmo Trevisan, membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) ; órgão de assessoramento da Presidência da República ; e da organização não governamental Movimento Brasil Competitivo (MBC). Ele acrescenta que o aumento da Selic também torna o crédito ao consumo mais caro e agrava a dívida pública.
Em consequência, segundo ele, a estratégia de combater a inflação com mais juros ;pode aprofundar a queda do nível de atividade e gerar efeitos colaterais negativos;. Ele cita a intensificação do processo de valorização do real em relação ao dólar e o aumento das despesas do governo com juros, que foram de R$ 195 bilhões em 2010 e devem chegar a R$ 210 bilhões neste ano, de acordo com suas estimativas.