Jornal Correio Braziliense

Economia

Usinas reajustam o preço do etanol e DF apresenta maior variação

Sob a alegação da chegada da entressafra na colheita da cana-de-açúcar, as usinas produtoras de etanol começaram a reajustar os preços do álcool. Dados divulgados ontem pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), mostram que os reajustes já começaram. Nesta semana, o preço do etanol hidratado subiu em 19 estados e no Distrito Federal, que apresentou a maior variação média nacional, de 3,98%. Diante das previsões de queda na produção do biocombustível, os consumidores podem preparar o bolso para novas elevações no preço do álcool.

A maior queda foi verificada no Amapá, de 5,81%, e no mês, o maior recuo foi 5,90%, também no Amapá. Em 30 dias, os preços do etanol recuaram em 12 estados e registram alta nos outros 14, além do DF. São Paulo, o maior consumidor, viu as cotações do combustível subirem apenas 0,49% na semana. O maior avanço no mês ocorreu em Mato Grosso, com alta de 11,75%.

Com os aumentos promovidos pelas usinas de álcool, a gasolina também deve encarecer. Com medo do impacto na inflação nos próximos meses, já que os combustíveis têm peso enorme nos índices, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, admitiu ontem a possibilidade de reduzir a quantidade de álcool adicionada à gasolina de 25% para 18%.

Moagem
;Até outubro, a decisão será divulgada;, disse. A ideia é aumentar a oferta de etanol no mercado e diminuir a pressão sobre os preços. Na semana, o preço da gasolina apurado em 8,6 mil postos do país variou de R$ 2,309 a R$ 3,450 e se manteve na média de R$ 2,759, segundo a ANP. O valor médio mais alto foi verificado na Região Norte (R$ 2,864), seguida do Centro-Oeste (R$ 2,834), do Nordeste (R$ 2,756), do Sul (R$ 2,752) e do Sudeste (R$ 2,706). Em todo o Brasil, o etanol custou entre R$ 1,440 e R$ 2,930 e ficou, na média, em R$ 1,999. A aposta é de que, nas próximas semanas, o preço médio da gasolina ultrapasse os R$ 3.

As altas são atribuídas ao descompasso entre produção e procura pelos derivados da cana. Nesta semana, a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) revisou a estimativa para a safra 2011/2012 no Centro-Sul, que responde por cerca de 90% da produção do país. A nova projeção aponta para uma moagem de 533,5 milhões de toneladas, numa redução de 6,16% em relação ao total estimado em março de 2011 e de 4,21% sobre o valor final da safra 2010/2011. A produção de etanol, por sua vez, deverá atingir 22,54 bilhões de litros, 11,19% a menos que na safra anterior.