Jornal Correio Braziliense

Economia

Expectativa de crescimento brasileiro é baixa, segundo Cepal

A Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) reduziu a sua perspectiva para o crescimento brasileiro em 2011. Relatório preliminar publicado em dezembro de 2010 apontava um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) do país de 4,6% no período. Passados mais de seis meses, a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) agora acredita que a expansão será menor, de 4%. ;Esse crescimento é uma resposta da economia brasileira às medidas prudenciais de política econômica, ao cenário externo mais instável, à elevação dos juros no país e ao menor crescimento do crédito;, justificou o economista do escritório da Cepal no Brasil Carlos Mussi.

A perspectiva de expansão mais tímida do PIB brasileiro pela Cepal chama ainda mais atenção quando comparada às previsões da agência da ONU para a região. Em dezembro de 2010, a expectativa da Cepal era de que a América Latina e o Caribe crescessem 4,2%. Agora, essa estimativa foi elevada para 4,7%, impulsionada pelo aumento do consumo interno. ;O crescimento que se passou no Brasil em 2009 e 2010 está agora se repetindo na região. Ainda há uma certa pujança do consumo no país, só que a taxas menores;, explicou Mussi.

Inflação
Nos cálculos da Cepal, o crescimento regional implica em um aumento de 3,6% do PIB por habitante em 2001. Para 2012, o organismo estima uma expansão de 4,1% na economia da América Latina e do Caribe, equivalente a um aumento de 3,0% no produto por habitante. Em decorrência, a entidade estima que haverá redução da taxa de desemprego de 7,3% em 2010 para algo entre 6,7% e 7% em 2011.

Mas em seu relatório, divulgado ontem no Chile, a Cepal advertiu que o crescimento regional vem associado a fenômenos que não são bem-vindos, como a inflação. ;Até que ponto estão a América Latina e o Caribe preparados para administrar o crescimento econômico?;, questionou a secretária executiva da entidade, Alicia Bárcena. ;Devemos recuperar o espaço fiscal para ter a capacidade de adotar medidas que assegurem um crescimento sustentado, com emprego produtivo e igualdade;, recomendou.