Rio de Janeiro - Com patrocínio da Petrobras e da Fundação Interamericana (IAF), o projeto Mão na Massa entra em sua sexta edição com a abertura de inscrições para seleção de 120 mulheres que queiram receber formação para trabalhar na construção civil. A IAF é um organismo independente do governo dos Estados Unidos que trabalha na América Latina e no Caribe para promover o desenvolvimento, com base na participação e na iniciativa comunitária.
Desde 2008, o Mão na Massa já formou 310 mulheres para trabalhar em canteiros de obras no Rio de Janeiro. As inscrições poderão ser feitas no próximo sábado (16), no 1; Mega Feirão do Emprego na Indústria da Construção Civil, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão. Poderão se inscrever para participar do curso mulheres de baixa renda, entre 18 e 45 anos, que tenham concluído a 5; série do ensino fundamental.
A psicóloga Norma Sá, coordenadora do projeto, afirmou hoje (13) que nesses cinco anos foram registrados resultados positivos. ;As empresas começaram a repensar a questão de só haver homens trabalhando na construção civil e não descartaram uma mão de obra tão ativa como a das mulheres;.
O Mão na Massa - idealizado pela engenheira civil Deise Gravina - foi pioneiro na formação de turmas exclusivas femininas. Segundo Norma, só no PAC do Alemão, na zona norte carioca, o projeto teve mais de 70 mulheres contratadas. O projeto está conseguindo empregar entre 45% e 50% das formandas.
De um modo geral, assinalou Norma, o construtor nacional ainda está tímido em relação à contratação das mulheres. No entanto, os organizadores do projeto estão conseguindo sensibilizar os empresários do setor para abrir as portas às operárias.
;A gente faz o levantamento da renda antes da entrada [da mulher] no projeto e depois. Ela tinha uma renda de menos de R$ 200 por mês. Com o nosso certificado, ela entra hoje no canteiro de obra com salário de R$ 900. Já começa como meio oficial e, depois de um ano a um ano e meio, dependendo da empresa, pode ser promovida para oficial, cujo salário chega a R$ 1,2 mil, fora as horas extras.;
Até 2013, o projeto pretende formar 600 mulheres para trabalhar na construção civil. O curso dura seis meses e tem três etapas: qualificação social e cidadania; reforço de português e matemática, além de leitura das plantas de engenharia; canteiro-escola, com a realização de obras na prática em instituições beneficentes, como creches e asilos.