Pequim - A China investirá este ano nove bilhões de dólares (14 bilhões de reais) no Brasil, metade da quantia na indústria de alta tecnologia, anunciou o secretário-executivo do ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Alessandro Teixeira, ao jornal China Daily.
O Brasil vende sobretudo matérias-primas para a China, principal sócio comercial do país e maior investidor estrangeiro em 2010, e quer diversificar suas exportações para produtos com alto valor agregado.
No fim de 2009, 95% dos investimentos chineses acumulados no Brasil, que chegavam a 12,67 bilhões de dólares, foram feitos nas áreas de energia (45%), agricultura (20%), minas (20%) e siderurgia (10%), segundo o banco Bradesco, em dados citados pelo jornal chinês.
Em 2010, os investimentos aumentaram a US$ 17 bilhões, de acordo com o China Daily, que não apresenta detalhes dos gastos. O Brasil pediu às empresas chinesas que iniciem investimentos em setores diferentes para reequilibrar a balança. Teixeira afirmou ao jornal de Pequim que para investir em agricultura a partir de agora as empresas estrangeiras terão que encontrar sócios locais.
Durante uma visita ao Brasil em maio, o ministro do Comércio chinês, Chen Deming, afirmou estar interessado em investimentos na modernização das infraestruturas do país.
A China se tornou em 2010 o principal pareceiro comercial do Brasil, superando os Estados Unidos."As matérias-primas constituem 70% do comércio bilateral", disse Teixeira, que defendeu uma melhor relação comercial na área de tecnologia.
As empresas chinesas de telecomunicação Huawei e ZTE fizeram investimentos importantes inversiones no Brasil nos últimos anos, afirma o China Daily, que lembra que a ZTE criou um parque industrial em Hortolândia, interior de São Paulo.