Los Angeles ; Brinquedo se tornou um negócio sério no Brasil. Não é à toa que a Mattel, uma das gigantes mundiais do setor, comemora o fato de o mercado local ter se tornado o terceiro maior da empresa fora dos Estados Unidos ; logo atrás do México e do Reino Unido ; e já estuda a possibilidade de produzir parte dos seus brinquedos no país. Hoje, os produtos da fabricante estão presentes em mais de 100 mil pontos comerciais, que vendem por ano 200 milhões de unidades entre brinquedos e produtos licenciados, como acessórios, alimentos, roupas, papelaria, cama e banho, eletrônicos, publicações e artigos esportivos. Essas vendas rendem uma receita anual de R$ 1,5 bilhão.
A diversificação dos pontos de vendas e o fortalecimento do varejo são apontados pelo diretor de operações da empresa no Brasil, Ricardo Roschel, como um dos principais motivos para esse salto. ;O setor de brinquedos nesse país tem tido grande expressão nos últimos anos. No passado, era visto como nada;, lembra. Um indicador da mudança é a ampliação de 22% do parque produtivo no país entre 2004 e 2009. As parceiras da Mattel no Brasil também lideram a confecção de itens licenciados. Só os brinquedos são feitos nas nove unidades próprias, duas no México e sete no sudeste asiático.
Roschel explica que para manufaturar esses produtos licenciados ; Barbie, Hot Wheels, Polly, Maxy Steel e outros ; a Mattel mantém uma parceria com mais de 60 empresas locais. Todos os itens são produzidos sob especificação da gigante norte-americana. ;Se alguém quer desenvolver uma marca, tem que apresentar um projeto. Participamos ativamente do desenvolvimento, de toda a parte de qualidade e de segurança. A companhia passa por uma auditoria desde a apresentação do projeto até a fabricação;, destaca Roschel.
Criada há 75 anos, a Mattel
atua em 150 países e investe na expansão no exterior. Em 2000, os negócios fora dos EUA representavam 31% do total. Em 2010 pularam para 46%. ;A América Latina tem se tornado um mercado extremamente importante para a Mattel;, garante o diretor de operações. Um indicativo disso é que o Max Steel, super-herói que se tornou febre entre os garotos, é vendido só na região. No Brasil, a Mattel está presente desde 1988 ; antes seus produtos eram vendidos por uma rede de licenciados. A Barbie, por exemplo, era negociada pela Estrela. E nos últimos 10 anos, segundo Roschel, os investimentos no mercado doméstico foram superiores a R$ 500 milhões. A receptividade das crianças brasileiras aos brinquedos da empresa é tanta que alguns produtos são desenvolvidos com identidade verde e amarela, como a Barbie Amazônia, criada em 2009, e alguns modelos do Hot Wheels, como a Brasília, que fez sucesso em outros países.
*A jornalista viajou a convite da Mattel