Jornal Correio Braziliense

Economia

Sob fortes protestos, parlamento aprova medidas de austeridade

Atenas - Os parlamentares gregos votaram e aprovaram nesta quarta-feira (29/6) o pacote de austeridade exigido pelo FMI e a UE, em meio a violentos confrontos entre manifestantes e a polícia do lado de fora do parlamento.

Uma contagem realizada pela AFP deu ao governo do primeiro-ministro George Papandreou os 151 votos necessários para levar avante as medidas para economizar 28,4 bilhões de euros (US$ 40 bilhões) no período 2012-2015, e assim obter a ajuda da União Europeia e o Fundo Monetário Internacional.

Papandreou se comprometeu nesta quarta-feira a fazer todo o possível para evitar o impacto da dívida do país. "Não há plano B para salvar a Grécia", insistiu Papandreou na tribuna do Parlamento. "Faremos tudo para evitar ao país o que supõe a bancarrota", declarou, ao recordar o risco de que, neste caso, não poderão ser pagos salários ou aposentadorias.

Antes do início da votação, a polícia da Grécia entrou em conflito com manifestantes que tentavam bloquear o caminho para o Parlamento do país. Os policiais lançaram gás e enfrentaram manifestantes, e houve feridos. Além dos protestos, a Grécia vive desde ontem (28) uma greve geral, que paralisa a maior parte dos serviços públicos.

Pedido de ajuda
O pacote de ajustes votado nesta manhã inclui um corte de gastos no valor de US$ 28 bilhões. A medida prevê aumento de impostos, ajustes e privatizações, o que abrirá caminho para o recebimento de mais ajuda internacional, no valor 12 bilhões de euros.

O objetivo do governo grego é arrecadar 78 bilhões de euros até 2015 para reduzir seu enorme déficit e tornar sustentável sua dívida, que supera 355 bilhões de euros.

Profundas consequências
A crise financeira grega pode ter profundas consequências para outros países europeus e para a economia mundial. O pacote de ajuda original foi aprovado há pouco mais de um ano, em maio de 2010. A razão para o resgate é que o país estava tendo dificuldades em obter dinheiro emprestado no mercado para quitar suas dívidas. Por isso recorreu à União Europeia e ao FMI.