O Brasil ganhará, até agosto, mais uma fábrica de tablets. O anúncio foi feito ontem, pelo presidente da ZTE, Hou Weigui, após uma reunião com a presidente Dilma Rousseff. O parque industrial será instalado em Hortolândia (SP), onde a companhia já comprou um terreno, com investimento inicial estimado em R$ 47,8 milhões. Até 2014, a empresa chinesa pretende aplicar R$ 500 milhões no país.
A ZTE planeja também lançar, em 2014, equipamentos da linha de infraestrutura em fibras óticas e redes de internet sem fio. O interesse no país, segundo Frederico Bonincontro, diretor de governo da ZTE Brasil, tem como objetivo explorar as oportunidades de negócios criadas a partir da realização da Copa do Mundo de futebol e das Olimpíadas no Rio de Janeiro. Atualmente, os dispositivos da empresa já são importados e vendidos no mercado doméstico a preços inferiores a R$ 1 mil ; o que os coloca entre os mais baratos disponíveis nas lojas.
Desoneração
A expectativa é de que, com a fabricação no país, o preço do aparelho caia até 30%, graças ao pacote de desoneração fiscal para tablets, criado pelo governo federal. O aparelho conta com sistema operacional Android 2.1, acesso à internet 3G e Wi-Fi, tela de sete polegadas e pesa 403 gramas. Tem ainda dispositivo de 512 MB de memória RAM e capacidade de armazenamento de 4 GB.
Weigui destacou que a visita ao Brasil foi uma retribuição à presença de Dilma na China em abril. ;Já fizemos parceria com algumas fábricas no Brasil para a produção local;, disse. Os representantes da ZTE aproveitaram o encontro para demonstrar seu interesse em participar da implementação do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL). ;O projeto está no nosso foco em duas áreas: internet sem fio e linha fixa;, afirmou Frederico Bonincontro. Ele destacou que a companhia chinesa dispõe de tecnologias nas áreas de 3G e 4G e pretende oferecê-las no Brasil.
Se os planos da ZTE se confirmarem, a empresa sairá na frente da Foxconn, que irá produzir o iPad no Brasil a partir de setembro. O plano original da Foxconn era o de iniciar o trabalho no Brasil no mês que vem, mas a falta de mão de obra qualificada obrigou a companhia taiwanesa a adiar o investimento. Além das duas, a Motorola e a Samsung já fabricam tablets no país.
Interessados
O Ministério da Ciência e Tecnologia anunciou que, incluindo a Foxconn e a ZTE, pelo menos oito fabricantes demonstraram interesse em manufaturar esse tipo de dispositivo no Brasil, atraídos pelo incentivo dado pelo governo para incrementar a produção local de produtos de tecnologia. Aloizio Mercadante, titular do MCT, chegou a comparar o desafio atual com o esforço dos anos 1950, para trazer ao país a indústria automotiva.