GENEBRA - O Banco de Pagamentos Internacionais (BPI) advertiu os países emergentes neste domingo do risco de seus níveis de dívida, da alta dos preços da habitação e para que estejam atentos para não seguirem o mesmo caminho que conduziu as economias avançadas à crise.
"As economias emergentes conseguiram superar a pior fase da crise, mas muitos correm agora o perigo de criarem desequilíbrios similares aos observados em economias avançadas antes da crise", informou o BPI em seu relatório anual, apresentado durante sua assembleia geral realizada neste final de semana na cidade suíça da Basileia.
"Por exemplo, os valores da habitação em vários mercados emergentes sobem em níveis assustadores e o endividamento do setor privado está aumentando rapidamente", advertiu o BPI, considerado o banco de todos os bancos centrais. Em seus discurso, o diretor-geral do BPI, o espanhol Jaime Caruana, também alertou para o perigo.
"Várias economias emergentes das regiões mais dinâmicas do planeta dão sinais preocupantes de um boom de crédito insustentável", analisou Caruana em discurso feito aos representantes dos bancos centrais.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) já havia alertado sobre o perigo ao rever suas previsões econômicas semestrais, em 17 de junho. Alguns países emergentes correm um risco de "superaquecimento", o que representa uma ameaça para a economia mundial, analisou o economista-chefe Olivier Blanchard.
Ao contrário do FMI, que não deu nome aos países, o BPI afirmou que nações como Brasil, Índia e China registraram um cresimento anual de crédito superior a 20% entre 2006 e 2010.