Jornal Correio Braziliense

Economia

Ministros da Agricultura do G20 debatem acordo sobre alimentos

PARIS - Os ministros da Agricultura do G20 se reuniram nesta quinta-feira para debater um plano de ação proposto pela França destinado a reduzir a volatilidade dos preços dos produtos agrícolas e dos alimentos, setor considerado estratégico.

A França, que preside atualmente o G20, grupo que reúne as maiores economias desenvolvidas e emergentes, propôs um plano de ação para melhorar a transparência dos mercados de produtos agrícolas e alimentares, aumentar a produtividade, coordenar a produção agrícola mundial, regular os mercados financeiros e reduzir os efeitos da volatilidade dos preços para os mais vulneráveis.

Alguns desses pontos, como o da transparência que permitiria reduzir a volatilidade, não agrada a todos os países que integram o G20, que representam 77% da produção mundial de cereais e 80% do comércio mundial de produtos agrícolas.

A adoção deste plano de ação permitiria "garantir a segurança alimentar no mundo" e "mudar a vida de bilhões de agricultores", disse o anfitrião do encontro, o presidente francês Nicolas Sarkozy, na abertura da reunião do G20, na quarta-feira à noite. A falta de transparência alimenta a volatilidade dos preços nesse setor "estratégico", assegurou.

"Um mercado sem regras não é um mercado, e sim uma loteria" na qual "a sorte sorri para os mais cínicos", disse Sarkozy, que fez da agricultura um dos principais cavalos de batalha da Presidência do G20.

Apesar disso, os biocombustíveis, que são uma das causas que provocam a atual crise alimentar mundial, como denunciam as ONGs, junto com as condições climatológicas, ficaram de fora deste plano de ação. "O assunto não está maduro", disse o ministro francês da Agricultura, Bruno Le Maire, pouco disposto a ampliar as frentes de confronto.

Após árduas discussões, que duraram até o início da madrugada desta quinta-feira, os ministros devem anunciar os resultados da reunião por volta de meio-dia. Os resultados serão apresentados na Cúpula de presidentes e chefes de Estado, que se reunirão em Cannes no mês de novembro para a sua aprovação.