NOVA IORQUE - Os preços do petróleo caíram nesta quarta-feira aos seus níveis mais baixos desde fevereiro em Nova York, fechando abaixo dos 95 dólares, afetados pela desaceleração da economia nos Estados Unidos e pela crise da dívida na Grécia, e perderam mais de três dólares em Londres.
No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de West Texas Intermediate (designação de "light sweet crude") negociado nos EUA para entrega em julho fechou cotado a 94,81 dólares, uma queda de 4,56 dólares em relação a terça-feira. Durante a sessão caiu até 94,01 dólares, seu nível mais baixo desde o fim de fevereiro.
No Intercontinental Exchange de Londres, o barril de Brent do Mar do Norte com igual vencimento perdeu 3,06 dólares, a 117,10 dólares. "Todos estão preocupados pela desaceleração da economia", resumiu Adam Sieminski, do Deutsche Bank. "Uma recaída da economia provocaria uma recaída do mercado petroleiro. Se a economia for afetada, a demanda de petróleo também será", advertiu.
Os mercados petroleiros foram vítima de um aumento da angústia diante da situação da Grécia. Os ministros das Finanças da zona do euro não conquistaram um acordo sobre a nova ajuda ao país mediterrâneo, que não pode se autofinanciar. A crise social e política se acentuou, com violentas manifestações contra a austeridade em Atenas.
Nos Estados Unidos, maior país consumidor de petróleo, os indicadores do dia não tranquilizaram.
A atividade industrial na região de Nova York, medida pelo índice Empire State, caiu em maio. No mesmo mês, o índice de preços ao consumo aumentou mais do que o previsto e a inflação alcançou 3,6% em números anuais, seu nível mais alto desde outubro de 2008. "A curto prazo, os temores diante de uma inflação elevada, tanto nos Estados Unidos como na China, não são uma boa notícia para a demanda", ressaltou Phil Flynn, da PFG Best.
Os investidores temem que a alta de preços afete frontalmente o consumo das famílias e a demanda de combustível.