Nova York - Os preços do petróleo, impulsionados pelo enfraquecimento da moeda americana, subiram novamente nesta sexta-feira (29/4) em Nova York, onde o barril superou os 114 dólares pela primeira vez desde setembro de 2008, enquanto em Londres se aproximavam dos 126 dólares.
No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de West Texas Intermediate (designação de "light sweet crude" negociado nos EUA) para entrega em junho fechou em 113,93 dólares, em alta de 1,07 dólar em relação à quinta-feira.
As cotações se fortaleceram durante o dia, ultrapassando a barreira dos 114 dólares nos últimos minutos da sessão e alcançando 114,18 dólares, teto registrado desde setembro de 2008.
No IntercontinentalExchange de Londres, o barril do Brent do Mar do Norte com igual vencimento ganhou 87 centavos, a 125,89 dólares.
"Não vejo risco importante de queda de preços, penso que vão se manter nestes níveis até o fim do ano", previu Adam Sieminski, do Deutsche Bank.
"De um ponto de vista financeiro, os dois fatores que são muito positivos para os preços do petróleo são um dólar fraco e um mercado de ações forte. Tivemos ambos nas últimas semanas", acrescentou.
No mercado de ações, o Dow Jones evoluiu nesta semana aos seus níveis mais altos desde maio de 2008, sinal de otimismo dos investidores que alenta o mercado petroleiro.
Por sua vez, a moeda americana evoluía nesta sexta-feira em torno de seus níveis mais baixos desde o fim de 2009 perante o euro. Este enfraquecimento do dólar leva os investidores a colocar seus fundos nas matérias primas para evitar que seu capital perca valor.
Além disso, torna o petróleo mais atraente para compradores munidos de outras moedas.
A tendência à baixa do dólar se acentuou na quarta-feira após o Federal Reserve confirmar que planeja manter sua taxa de juros quase nula durante um longo tempo para sustentar a recuperação econômica. Isto faz do dólar uma moeda de muito baixo rendimento.
"A fragilidade do dólar não parece atrapalhar os poderes públicos por enquanto. Enquanto o dólar cair, os preços das matérias primas aumentarão", considerou John Kilduff, da Again Capital.
Os preços do petróleo WTI registraram uma alta de 6,7% em abril no mercado nova-iorquino e de cerca de 25% desde o início do ano. É o oitavo mês consecutivo de alta dos preços do petróleo, algo nunca visto, observaram analistas do Commerzbank.
"Em vista dos combates na Líbia, da situação no Oriente Médio e da fragilidade do dólar, os preços do petróleo continuarão solidamente sustentados", acrescentou.