Rio de Janeiro - As tripulações das aeronaves da aviação civil no Brasil e em outros países terão suas jornadas de trabalho controladas e passarão por treinamentos. O objetivo é evitar o cansaço e a redução da capacidade mental ou física que coloca em risco a segurança dos voos. Os mecanismos foram discutidos hoje (28/4) em seminário internacional no Rio de Janeiro que contou com a presença de representantes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), da Organização Mundial de Aviação Civil (OACI), e de empresas aéreas nacionais.
;Esse ano ainda a gente deve concluir esse processo de construção do nosso regulamento brasileiro de controle da fadiga;, acrescentou o superintendente de Segurança Operacional da Anac, Davi da Costa Faria Neto.
O executivo explicou que a ideia não é abandonar as leis trabalhistas, mas sim agregar mais um instrumento de manutenção da performance e do controle de qualidade física e mental daqueles que trabalham na aviação civil. ;Nós e as empresas vamos criar mecanismos de controle para que as pessoas que por algum motivo tenham dormido mal a noite, tenham perdido uma noite de sono, não possam exercer a atividade;, disse Faria Neto, lembrando que o mais importante, ainda, ;é conscientizar o próprio profissional de que ele não deve exercer aquela atividade quando se encontrar numa situação dessa, mesmo que aquela atividade esteja amparada pela regra trabalhista;.
Mesmo com as manifestações recentes de trabalhadores da Gol e da TAM, reclamando de jornada excessiva de trabalho, o superintendente de Segurança Operacional da Anac afirmou que no Brasil os casos de fadiga humana não são comuns, porque ;as empresas são responsáveis e os profissionais conscientes;. No entanto, Faria Neto destacou que as empresas que descumprem a legislação trabalhista são autuadas.
Ainda de acordo com Faria Neto, apenas a Austrália está mais adiantada que o Brasil no processo de gerenciamento da fadiga humana em benefício de maior segurança operacional na aviação civil.