Jornal Correio Braziliense

Economia

Apesar de redução no ritmo de alta, inflação se mantém em patamar elevado

economista Paulo Picchetti, coordenador da pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV) sobre o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) alertou nesta segunda-feira (25/4) que, apesar da ligeira redução na velocidade de alta da taxa, na média, os preços mantém-se em nível elevado. Na terceira prévia de abril, o IPC-S passou de 0,83% para 0,80%.

Para Picchetti, o comportamento dos preços ainda deve ser visto com preocupação, embora ele acredite que, no fechamento do mês, a taxa deve permanecer decrescente. Ele destaca que há ;aumentos disseminados na economia;, mas, sobretudo, dois grupos de despesas ameaçam a inflação: alimentação e transportes. No caso dos alimentos, apesar da redução no ritmo de alta, com a taxa passando de 1,10% para 0,91%, ;o patamar ainda é elevado;, na avaliação do economista.

[SAIBAMAIS]Essa perda na velocidade de alta foi influenciada pelas hortaliças e pelos legumes (de 5,83% para 3,71%), mas outros itens relevantes no cálculo do IPC-S dão sinais de avanços, alerta Picchetti. As carnes bovinas, que vinham em baixa, subiram 0,11% e os laticínios ficaram 2,12% mais caros.

Quanto ao grupo transportes, o economista destacou que o resultado da terceira prévia reflete, principalmente, o aumento de preços da gasolina, cuja taxa atingiu 4,7%. O etanol também pesa na inflação, com alta de 12,59% ante 14,01%.

Na semana passada, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) anunciou que a oferta de álcool combustível vai aumentar, gradativamente, com a entrada em operação de mais usinas de processamento da cana-de-açúcar, abrindo a possibilidade de uma queda de preços no mercado varejista.