Os preços do petróleo no mercado futuro dos Estados Unidos encerraram em alta ontem pelo terceiro dia seguido, na última sessão de negócios da semana. A tendência de elevação é preocupante para os brasileiros, que podem sentir no bolso o custo da subida lá fora. O próprio presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, já advertiu que, se a cotação internacional continuar disparando, será necessário reajustar a gasolina no Brasil.
;Se o preço do petróleo ficar neste nível que está hoje, estável nesse nível, você vai ter de alterar [o preço da gasolina];, disse Gabrielli em Pequim, na semana passada, quando integrava a comitiva da presidente Dilma Rousseff na viagem à China. Na bolsa nova-iorquina, o barril do petróleo bruto para entrega em junho terminou cotado em US$ 112,29, US$ 0,84 mais caro do que na véspera. Nos últimos quatro dias, o petróleo ganhou US$ 2,63, saltando 2,4%, após ter caído 2,78% na semana anterior.
O movimento de alta foi derivado da queda do dólar para perto da mínima histórica, motivando investidores a comprarem ativos mais arriscados. A moeda norte-americana caiu para nova mínima em três anos ante as principais moedas, enquanto o ouro subia para a máxima, à medida que investidores buscavam ativos menos dependentes da economia dos Estados Unidos. O ouro spot alcançou o recorde de US$ 1.508 a onça.
O sentimento negativo sobre o dólar ganhou proporções maiores esta semana após sinais de que a economia do país está desacelerando e do alerta da Standard & Poor;s de que pode tirar o rating de crédito AAA no prazo de dois anos se Washington falhar no plano de reduzir sua gigantesca dívida de US$ 14 trilhões. ;Se você olhar para essas coisas, não há nenhuma razão para comprar dólares agora;, disse à agência Reuters Ronald Simpson, diretor de Pesquisa da Moeda da Action Economics, em Tampa, Flórida.