Jornal Correio Braziliense

Economia

Mercado de energia renovável atrai intesse de investidores

O avanço potencial do mercado de fornecimento de energias renováveis está cada vez mais atraindo o interesse ; e o dinheiro ; dos investidores. A exemplo disso, a CPFL Energia (um dos maiores grupos privados do segmento no país, com faturamento de R$ 22,7 bilhões) anunciou ontem a fusão com a Ersa-Energias Renováveis. Como resultado da operação que envolve a troca de ações e um aporte total de R$ 571 milhões, foi criada uma nova subsidiária do grupo, a CPFL Energias Renováveis. A nova empresa nasce como uma das maiores empresas desse segmento da América Latina, com ativos em Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), parques eólicos e usinas termelétricas a biomassa.

Atualmente, a capacidade instalada da nova companhia é de 648 megawatts (MW), com mais 386 MW em construção e outros 3.341MW em desenvolvimento ou em preparação para construção. Com a fusão, a CPFL detém 63,6% da nova companhia e os 36,4% restantes ficaram com os antigos acionistas da Ersa, como Bradesco, Pactual e Patria Investimentos. ;Nossa estratégia é acompanhar a tendência mundial de investimentos em energias renováveis. Nos próximos cinco anos, esperamos estar entre as seis maiores empresas globais desse setor;, afirmou o presidente da CPFL, Wilson Ferreira Jr. A aposta da empresa, segundo o executivo, é no crescimento de 98% na capacidade instalada da energia renovável no país, que passará dos atuais 10.859MW para 21.528MW até 2019.

Há dez dias, o grupo entrou no mercado de energia eólica com a compra da Jantus, incluindo quatro parques eólicos e projetos espalhados pelo país no valor de R$ 950 milhões, além de assumir uma dívida líquida no valor de R$ 544,2 milhões. ;Temos interesse em participar do próximo leilão que será realizado em julho e vamos desenvolver projetos também com energia solar e resíduos;, afirmou Ferreira Jr. O plano de investimentos da CPFL na nova subisidiária é de R$ 1,3 bilhão neste ano e de R$ 2,4 bilhões em 2012. A expectativa do executivo é que a nova companhia seja capaz de gerar 2.100MW em 2015, passando para 4.000MW em 2020.