São Paulo ; O crescimento econômico do Brasil deve fazer com que mais queixas contra o país sejam levadas à Organização Mundial do Comércio (OMC). Essa é a previsão do diretor do Departamento Econômico do Ministério das Relações Exteriores, Paulo Estivallet de Mesquita.
Segundo Mesquita, quanto mais um país ganha relevância no comércio global, mais chama a atenção e mais reclamações recebe. Isso, disse ele, já ocorreu com países que aumentaram sua participação no mercado mundial.
;Há muito interesse pelo mercado brasileiro. Então, os outros países estarão olhando as brechas que existirem;, afirmou Mesquita, após participar de um seminário sobre defesa comercial organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Para o representante do Itamaraty, porém, o aumento das queixas não deve ser motivo de temor para os brasileiros já que o país segue as regras do comércio mundial. ;Como nós seguimos as regras, não temos telhado de vidro;.
Mesquita ressaltou que o Brasil precisa preparar-se contra as demandas. Para isso, o país deverá ter mais profissionais especializados em processos e trâmites da OMC.
O diretor de Negociações Internacionais da Fiesp, Mario Marconini, concorda com Mesquita. Ele disse que o Brasil precisa ter mais pessoas trabalhando em sua defesa comercial. ;O nosso sistema está pequeno. Precisamos de muito mais gente;, disse ele, depois de citar o exemplo do México, que tem uma economia menor que a do Brasil, mas uma equipe de defesa maior.
Marconini disse que com mais especialistas na área de defesa comercial, o Brasil também poderia demandar mais da OMC para se proteger de práticas ilegais. Apesar do déficit de pessoal, Marconini acredita que o governo brasileiro tem feito um bom trabalho. ;O Brasil vai firme no tribunal, defende o seu. Quando não cumprem [uma decisão], ele insiste;.