XANGAI - O terremoto e o tsunami que atingiram o Japão não param de provocar estragos no setor automobilístico mundial, que ainda tenta avaliar o impacto exato, em ocasião do Salão do Automóvel de Xangai. Depois do terremoto de 11 de março, nas fábricas japonesas mais de 500.000 veículos deixaram de ser fabricados, e as perdas podem chegar a um milhão, segundo especialistas do setor.
Mas o Japão não é o único país afetado. "A China teria perdido no final de abril 25.000 veículos; a Europa, 55.000; e a América do Norte, 68.000", estima Carlos da Silva, analista da Global Insight, contatado pela AFP.
A maior montadora do mundo de automóveis, a japonesa Toyota, anunciou nesta quarta-feira que reduzirá entre 50 e 70% sua produção na China até 3 de junho.
Os problemas na cadeia de abastecimento de componentes eletrônicos e materiais plásticos custarão à Toyota uma perda produtiva de mais de meio milhão de unidades em todo o mundo até o começo de junho.
"Dada a situação atual no Japão, hesitei em vir à China até o momento de partir", confessou o presidente da Toyota na abertura do Salão do Automóvel de Xangai, na terça-feira, primeiro grande evento do setor depois da catástrofe de 11 de março.