WASHINGTON - A agência de classificação de risco Standard and Poor;s (S) rebaixou de "estável" para "negativa" a perspectiva da dívida soberana dos Estados Unidos devido a seu déficit orçamentário, elevado endividamento e a falta de uma política clara para remediar a situação.
"Como os Estados Unidos se classificam, na comparação com outros países, como ;AAA; com o que nós consideramos um déficit orçamentário muito importante e um nível de dívida governamental em alta e como o caminho para tratar (os problemas) não está muito claro, revisamos nossa perspectiva sobre a classificação a longo prazo de ;estável; para ;negativa;", afirma a S em um comunicado.
"Há um risco real de que os dirigentes políticos americanos não cheguem a um acordo sobre a forma de solucionar os problemas orçamentários a médio e longo prazo até 2013", explicou a agência.
"Se não se chegar a um acordo e não for adotada uma estratégia significativa de agora em diante, isto faria, no nosso julgamento, o perfil de risco dos Estados Unidos consideravelmente mais frágil, comparado com o de outros países ;AAA;", acrescenta.
O Tesouro americano se defendeu imediatamente e afirmou que "a perspectiva negativa da S subestima a capacidade as autoridades dos Estados Unidos para reunir-se e solucionar os difíceis déficits orçamentários do país".
"Como disse o presidente na semana passada, solucionar a questão orçamentária atual está amplamente em nossas capacidades", acrescentou Mary Miller, secretária adjunta do Tesouro, responsável pelos mercados financeiros.
Miller celebrou o anúncio da agência Moody;s, que "considera os parâmetros de debate, com objetivos globalmente similares quanto aos níveis da dívida governamental, como uma oportunidade positiva para a posição orçamentária do governo americano a longo prazo".
Já a Casa Branca afirmou que a redução da perspectiva da dívida dos Estados Unidos pela agência S mostra que o país precisa alcançar um acordo sobre a reforma fiscal.
A revisão de "estável" para "negativa" da perspectiva "recorda que é importante que alcancemos um acordo sobre uma reforma fiscal", afirmou o porta-voz do presidente Barack Obama, Jay Carney.