WASHINGTON - O estado precário dos bancos europeus é a principal ameaça à estabilidade do sistema financeiro mundial, exigindo capitais novos, advertiu nesta quarta-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI), em seu "Relatório sobre a Estabilidade Financeira no Mundo". No documento, o FMI analisou as tensões na Europa, entre os países que lutam por levantar suas finanças públicas e um setor bancário gravemente prejudicado pela crise financeira mundial.
"Muitas instituições financeiras, especialmente os bancos europeus mais frágeis, estão em meio a um torvelinho de dificuldades ligadas umas às outras, que intensificam o risco para o sistema em seu conjunto", assinalou o FMI.
Com a crise financeira, "os bancos buscaram elevar ao mesmo tempo a qualidade e a quantidade de seus fundos próprios, mas o progressos foram desiguais, pois os bancos europeus registravam geralmente um atraso em relação aos fundos americanos", recordou o FMI. "A vulnerabilidade e as fragilidades estruturais que subsistem na zona euro constituem sempre riscos importantes se não forem resolvidos de maneira global", acrescentou.
Segundo o FMI, "nos próximos meses, o desafio mais urgente é o financiamento dos bancos e dos Estados, em especial certos países vulneráveis da zona euro". "Os baixos níveis dos fundos próprios tornam alguns bancos alemães, bem como as poupanças italianas, portuguesas e espanholas em dificuldade, vulneráveis a novos choques", detalhou.
A Europa não escapará, segundo os especialistas do FMI, de uma reestruturação dos bancos não viáveis e de uma recapitalização. Além disso, "é provável que seja necessário que uma parte desse capital venha de fontes públicas", continuou.