Rio de Janeiro ; As entidades que representam o setor produtivo estão otimistas com a economia do país. O grupo espera que o Produto Interno Bruto (PIB), neste ano, cresça 4,5%; a inflação fique dentro da meta, fechando em 5,9%; e a taxa de juro, Selic, chegue a 12,5%.
As estimativas foram divulgadas hoje (6) pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e constam do boletim Sensor Econômico, referente a janeiro e fevereiro. O documento é elaborado com base nas expectativas de representantes da indústria, do comércio, da agricultura, tais como associações, câmaras, sindicatos, federações e confederações.
O coordenador da pesquisa, Renaut Michel, lembra que as projeções podem oscilar até dezembro. Mas que, no caso do PIB, a variação não deve ser muito grande, já que está sustentada em uma base de comparação muito alta, que é o comportamento da economia no ano passado, quando o crescimento do país ficou em 7,5%.
Sobre a inflação, Michel explicou que, somente no segundo semestre, as medidas adotadas, como o corte de gastos públicos e a elevação da taxa de juros, devem se refletir em uma queda do indicador para 5,9%. Na coleta oficial, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação acumula alta de 6,13% nos últimos 12 meses terminados em março.
"No modelo do Banco Central, a taxa de juro afeta a economia, o produto, no período que vai de seis a nove meses do início do aumento do juro. Então, é provável que, só no segundo semestre, as medidas de política monetária afetem a trajetória da inflação", afirmou o economista.
O Sensor Econômico também revela que o setor produtivo espera a geração de 2 milhões de empregos com carteira assinada até o final de ano, principalmente, de vagas para trabalhadores qualificados, além de estimar uma taxa de investimento de 13,5%. Em 2010, a estimativa ficou em 9%.
Embora a previsão com relação à moeda norte-americana seja de oscilação durante o ano, o setor produtivo projeta uma taxa de câmbio com o dólar a R$ 1,73. O valor é considerado elevado pelas empresas exportadoras, mas não indica um saldo negativo da balança comercial.
Segundo a pesquisa, o país deve terminar o ano com superávit de US$ 17 bilhões na balança comercial. As entidades acreditam que as exportações devem chegar a US$ 220 bilhões e as importações devem ser de US$ 203 bilhões.
O Ipea evitou comparar os dados do boletim com outras estimativas feitas pelo mercado ou órgãos de governo e informou que divulgará suas projeções para a economia na próxima semana.