LISBOA - Portugal conseguiu captar nesta sexta-feira (1;/4) 1,645 bilhão de euros ao prazo de um ano a uma taxa de 5,793%, menos que o previsto pelos analistas, em uma "emissão extraordinária" em um contexto de forte pressão dos mercados, indicou o Instituto de Gestão do Crédito Público (IGPC).
A operação, que pretendia conseguir 1,5 bilhão de euros, registrou uma demanda 1,4 vezes superior à oferta, informou o IGCP.
Vários analistas, citados pela imprensa portuguesa, calculavam uma taxa de juros próxima a 6,4%. Segundo eles, o IGCP assegurou de forma prévia que a emissão encontraria compradores.
"Podemos dizer que foi um êxito", reagiu o analista Filipe Silva, do Banco Carregosa, explicando que "a taxa exigida é inferior à oferecida no mercado". Na quinta-feira ficou em 6,5%.
De toda forma, "é uma taxa muito elevada por um prazo tão curto", completou Carregosa em uma nota enviada à AFP.
Em sua última emissão de títulos, em 9 de março, Portugal pagou juros de 5,905% por 1 bilhão de euros com vencimento em setembro de 2013.
Desde a renúncia, na semana passada, do primeiro-ministro José Sócrates, depois que o Parlamento rejeitou o novo programa de austeridade proposto por seu governo, os mercados estão submetendo Portugal a uma crescente pressão, exigindo taxas historicamente elevadas para financiar o país.
Apesar desse contexto, o IGCP anunciou na quinta-feira sua intenção de arrecadar até 7 bilhões de euros de dívida de curto prazo durante o segundo trimestre.