Washington - Os americanos, que atualmente preparam suas declarações de imposto de renda, ficaram alarmados ao tomarem conhecimento de que a General Electric (GE), uma das maiores empresas do país, não pagou impostos em 2010.
A revelação foi feita na sexta-feira pelo The New York Times e gerou polêmica. O presidente da GE, Jeffrey Immelt, foi chamado por Barack Obama para comandar seu Conselho para o Emprego e a Competitividade.
"Pagamos o que devemos pagar", afirmou nesta terça-feira à AFP John Krenicki, um dos vice-presidentes da GE.
"Mas a GE foi fortemente atingida pela crise financeira, e na GE Capital (sua filial de serviços financeiros) tivemos perdas grandes, que aliviaram nossa folha de impostos", explicou.
"Os impostos flutuarão. Como GE e GE Capital melhoraram em 2011, nossa taxa de impostos mudará", acrescentou.
A empresa teve 10,7 bilhões de dólares de lucro em seu exercício 2009, ano em que também não pagou impostos nos Estados Unidos, segundo a revista Forbes.
Os 2,7 bilhões de dólares em impostos que estão em suas contas para 2010, foram pagos em outros países.
Poucas pessoas parecem estar satisfeitas com o sistema de impostos nos Estados Unidos, cheio de velhas isenções, das quais ninguém se lembra das justificativas.
Empresários, economistas liberais e legisladores republicanos se queixam de que os Estados Unidos têm um dos impostos de renda mais altos do mundo (35% para a faixa superior).
Outros economistas e políticos democratas apontam para a regularidade com que as maiores empresas evitam o pagamento de impostos, apelando aos serviços de especialistas legais.
"Se olharmos apenas para a taxa legal, é elevada", disse Annette Nellen, professora de Contabilidade da Universidade de San José State.
"Mas a taxa efetiva para muitas empresas é muito mais baixa", acrescentou.
Desde a sua chegada ao poder, Obama fala regularmente de tapar os ;buracos; da legislação fiscal, dividindo mais equitativamente a carga tributária e baixando os impostos.
Os grandes empregadores advertem: quanto mais impostos, menos contratações.
"Não acho que haja uma forma de fazê-lo sem vencedores e perdedores", considerou Seth Hanlon, especialista em questões fiscais do Center for American Progress.