Graças ao aumento das exportações, dos gastos dos consumidores e dos lucros das empresas, a economia dos Estados Unidos cresceu acima do esperado no ano passado. A expansão do Produto Interno Bruto (PIB) foi de 3,1% no quarto trimestre, a taxas anualizadas, segundo resultado final divulgado pelo Departamento do Comércio dos EUA. A leitura oficial anterior havia apontado alta de 2,8% e os economistas previam que a revisão iria a 3%.
O retorno do otimismo é visível no ambiente corporativo. Os lucros das empresas cresceram 20,4% no ano, a maior elevação desde 2004. Impulsionado por gastos com equipamentos, softwares e prédios, o investimento privado cresceu 7,7%, e não 5,3% no quarto trimestre, segundo a última revisão. Além de manter investimentos sólidos, os empresários optaram por reforçar os estoques para satisfazer a demanda crescente, alcançando lucro de 3,3%.
Na contramão dessa visão otimista, no entanto, dados divulgados ontem mostraram que a confiança do consumidor norte-americano caiu para o pior nível em mais de um ano, pressionada pela alta dos preços da gasolina e dos alimentos. O índice medido pela Thomson Reuters e a Universidade de Michigan caiu de 77,5 em fevereiro para 67,5 em março. É o menor nível desde novembro de 2009, ficando abaixo da leitura de 68,0 prevista por economistas ouvidos pela agência Reuters. A estimativa inicial para março era de 68,2. As expectativas de inflação, segundo a pesquisa, também continuaram elevadas. Contudo, a leitura aponta um viés ainda positivo: não houve declínio nos planos de consumo.