Nova York - Os preços do petróleo caíram levemente nesta sexta-feira (25/3) em Londres e Nova York, diante da incerteza gerada pela situação no Oriente Médio.
No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de West Texas Intermediate (designação de "light sweet crude" negociado nos EUA) para entrega em maio fechou em US$ 105,40, uma queda de US$ 0,20 em relação a quinta-feira.
No IntercontinentalExchange de Londres, o barril de Brent do Mar do Norte com igual vencimento caiu US$ 0,13, a US$ 115,59.
"Os preços fazem uma pausa antes do fim de semana, mantendo-se em seus níveis (elevados). Estão em alta na semana, impulsionados por forças opostas", observou Matt Smith, da Summit Energy.
Reflexos
Por um lado, o mercado acompanha a situação no Japão, onde a situação continua "imprevisível" na usina nuclear de Fukushiima, atrasando a reconstrução do país.
Outro fator negativo que afeta a demanda por petróleo, a zona do euro enfrenta novas ameaças diante de um possível plano de resgate de Portugal, que enfrenta problemas fiscais.
Por outro lado, a persistência dos problemas no Oriente Médio continuam empurrando o mercado de petróleo.
O barril em Nova York manteve-se alguns centavos abaixo de seu nível mais alto da semana (US$ 106,69), e perto do teto alcançado no início de março (US$ 106,95, o maior patamar desde 2008).
"Os investidores já acrescentaram aos preços a escassez da produção na Líbia e agora todo fato adicional no Oriente Médio pressionará os preços", explicou Matt Smith.
"Mas como no momento trata-se simplesmente de confrontos, os preços mantêm-se acima dos 105 dólares", completou o analista.
Vilentas manifestações ocorriam nesta sexta-feira por toda a Síria, onde dezenas de manifestantes foram mortos por disparos perto de Deraa (sul) e na Jordânia, um manifestante opositor morreu, o primeiro nesse país. No Iêmen, o controverso presidente Ali Abdullah Saleh declarou-se disposto a "resistir" depois do fracasso das negociações com um general dissidente.
Na Líbia, os rebeldes, com a ajuda dos ataques da coalizão internacional, parecem fechar o cerco sobre a estratégica cidade de Adjdabiya (leste).
As notícias geopolíticas que sustentam o mercado "são as mesmas há alguns dias, o mercado adota uma atitude de espera", completou Tom Bentz, do BNP Paribas.